A Atvos Agroindustrial Participações S.A. encerrou a safra 2019/2020 com receita líquida de R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 6% em relação à safra de 2018/2019. O Ebitda ajustado de R$ 1,5 bilhão foi 2% superior ao registrado no ciclo anterior e a margem bruta alcançou R$ 246 milhões ante os R$ 177 milhões da safra passada.
Os resultados financeiros positivos obtidos acompanham o desempenho agrícola e industrial da Atvos que, mesmo diante de um cenário desafiador, manteve seu ritmo operacional com 26,9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar moídas, um crescimento de 1% em comparação com à safra anterior. A empresa produziu 2 bilhões de litros de etanol (hidratado e anidro), além de 235 mil toneladas de açúcar VHP e da cogeração de 2,8 mil GWh de energia elétrica a partir da biomassa.
Foram realizados investimentos da ordem de R$ 492 milhões e R$ 933 milhões, excluindo e incluindo respectivamente os tratos culturais da cana soca, com foco na formação e manutenção do canavial. Esse montante representa uma redução de 11% em relação ao período anterior em razão de uma gestão conservadora de caixa alinhada ao processo de reestruturação financeira da empresa.
"O melhor preço médio no etanol, além de reduções de custos e ganhos de produtividade impactaram positivamente nos resultados. Seguimos com foco no controle de despesas e na implementação de soluções para redução de custos e ganho de produtividade", adianta Alexandre Perazzo, diretor financeiro da Atvos.
Em maio de 2020, a empresa teve seu plano de recuperação judicial aprovado pelos credores. Após a homologação, pela Justiça do Estado de São Paulo e sua implementação do plano de recuperação judicial, a redução do endividamento total da empresa será de aproximadamente 48% e a alavancagem - relação dívida líquida e Ebitda - cairá de 7,7 para 3,6 vezes (cenário 31 de março de 2020).
"Teremos uma redução expressiva de estresse de caixa, uma vez que com o plano homologado há previsão de redução do montante da dívida e no custo médio, com impacto considerável no resultado líquido", complementa Perazzo.
Desempenho operacional
O teor médio de ATR (Açúcar Total Recuperável) registrado no período obteve o melhor resultado histórico da empresa de 133,6 kg/hectare, superando o indicador anterior em 2%. O RTC (Recuperado Total Corrigido) manteve-se na ordem de 94%, refletindo as melhorias realizadas na entressafra, em especial na extração, fermentação e na continuidade operacional.
Os fornecedores de cana foram responsáveis por 34% da matéria-prima processada, superando a participação anterior de 30%. Esse aumento é resultado de uma maior transferência de área a fornecedores, que foi 17% acima da safra 2018/2019. O programa Parceiros Mais Fortes abrange 47 fornecedores que foram responsáveis pela entrega de 9,1 milhões de toneladas de cana, um crescimento de 15% ante o ciclo anterior.
A expectativa é fortalecer ainda o programa de parcerias agrícolas que, em 2019/2020, destinou R$ 1,3 bilhão, sendo R$ 545 milhões de parcerias agrícolas e R$ 739 milhões em fornecimento de cana. Com isso, 1.121 parceiros agrícolas e 52 fornecedores de cana foram impactados.
A empresa abrange um total de 498 mil hectares cultivados. Em 2019/2020, foram plantados 70 mil hectares (considerando plantio próprio e realizado por fornecedores), uma diminuição de 5,6% em comparação à safra passada, decorrente principalmente das restrições de caixa. Dessa área plantada, 92% foram voltados à renovação, fundamental para a empresa atingir sua maturidade operacional.