A expectativa de que as chuvas darão uma trégua para o processamento e embarque do açúcar no Centro-Sul do Brasil, maior fornecedor mundial da commodity, derrubou as cotações do açúcar nas bolsas de Nova York e Londres no final da última semana."Parece que acabaram as chuvas, ao menos por uma semana ou dez dias. A questão é saber se as chuvas causaram só um atraso ou se afetaram a produção", disse o analista Mike McDougall, da corretora da Newedge, à agência Dow Jones.Na sexta-feira (22), os contratos futuros com vencimento em julho/12, caíram 5,38% na bolsa de Nova York, cotados a 20,24 centavos de dólar por libra-peso, 115 pontos a menos em comparação à quinta-feira.Em Londres, os contratos futuros com vencimento em agosto/12, foram negociados a US$ 585,80 a tonelada, recuo de US$ 21,30 a tonelada em comparação ao dia anterior.No Brasil, a commodity apresentou ganhos na ordem de 0,36%.As usinas paulistas comercializaram a saca de 50 quilos a R$ 55,24 ante os R$ 55,04 da quinta-feira (21), segundo dados apurados pelo Cepea/Esalq.Clima atrapalha produção de açúcarO mercado de açúcar vive um cenário atípico. Nos primeiros meses deste ano, foi o clima seco que afetou os canaviais justamente quando as plantas mais precisavam de água para o desenvolvimento. Nas últimas semanas é a chuva que atrapalha a moagem e o escoamento da commodity."É um mercado de clima... normalmente para cana não se teria este problema nesta época, porque o inverno geralmente é mais seco e este ano está fugindo do padrão", disse o sócio-diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa. Segundo o consultor, até a segunda quinzena de junho, as usinas do centro-sul devem perder entre 12 a 13 dias de produção.