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29/06/2023
Morreu aos 86 anos, em Belo Horizonte, o engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli. Mineiro de Bambuí, nascido em 10 de julho de 1936, Alysson Paolinelli tornou-se agrônomo em 1959, pela Escola Superior de Agronomia de Lavras (Esal), que depois tornou-se Universidade Federal.
Em 1971, assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas, a convite do governador Rondon Pacheco, e criou incentivos e inovações tecnológicas que tornaram Minas o maior produtor de café do Brasil. Em 1974, aceitou convite do presidente Ernesto Geisel para tornar-se ministro da Agricultura, e tratou de modernizar a Embrapa e promover a ocupação econômica do cerrado brasileiro.
Manteve nos últimos anos uma relação muito próxima com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. (Esalq/USP).
“É com pesar que recebemos a notícia da morte do Ex-Ministro, terceiro titular da Cátedra Luiz de Queiroz entre 2021 e 2022, Alysson Paolinelli. Seu papel para o desenvolvimento do setor como o conhecemos hoje foi fundamental”, declarou a diretora da Esalq, professora Thais Vieira.
Em outubro de 2016, esteve na Esalq quando participou do evento Diálogos na Esalq. Na ocasião, abordou o tema “Brasil/2040 – Player Central da Oferta de Alimentos - A Agricultura Tropical Sustentável e a Integração Ciência, Natureza e Desenvolvimento na Trajetória Brasileira”.
Em 31 de agosto de 2017, recebeu das mãos do então diretor da Esalq, professor Luiz Gustavo Nussio, a Medalha Luiz de Queiroz em cerimônia realizada no Salão Nobre da Escola. Foi paraninfo da Classe 2016 da Esalq, composta pelas 113ª Turma de Engenheirandos Agrônomos; 42ª Turma de Engenheirandos Florestais; 16ª Turma de Bacharelandos em Ciências Econômicas; 12ª Turma de Bacharelandos em Ciências dos Alimentos; 12ª Turma de Bacharelandos em Gestão Ambiental; 11ª Turma de Bacharelandos e Licenciandos em Ciências Biológicas; 1ª Turma de Bacharelandos em Administração e Licenciandos em Ciências Agrárias.
Cátedra - Indicado pela Congregação da Esalq em 28 de maio de 2020, com posse em 3 de junho de 2020 e reconduzido para novo ciclo até 2 de junho de 2022, Alysson Paolinellli ocupou o cargo de 3º Titular da Cátedra Luiz de Queiroz de Sistemas Agropecuários Integrados. Em sua gestão, promoveu ações voltadas para projetos e propostas de políticas e ações públicas e privadas que organizem a atividade rural nacional de forma sustentável, por meio de Sistemas Agropecuários Integrados no Brasil e tendo em vista sua inserção no agronegócio. Entre as iniciativas do período em que foi catedrático destacou-se a publicação dos livros: Diferentes abordagens sobre agricultura irrigada no Brasil: História, Política Pública, Economia e Recurso Hídrico e Diferentes abordagens sobre Agricultura Irrigada no Brasil: Técnica e Cultura. (Saiba mais)
Reconhecimento– Sua trajetória talvez tenha recebido um dos maiores reconhecimentos quando instituições de ensino, pesquisa e extensão ligadas ao agronegócio brasileiro, encabeçaram uma iniciativa que levou o nome de Paolinelli a concorrer ao Prêmio Nobel da Paz em 2021. A nomeação foi protocolada em 22 de janeiro daquele ano, no The Norwegian Nobel Committee, pelo professor Durval Dourado Neto, então diretor da Esalq. Para desenvolver o complexo processo da nomeação de Alysson Paolinelli ao prêmio, foi criada uma rede de entidades sob a liderança do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. Organizada em grupos gestores, a Rede Paolinelli teve o propósito de realizar os estudos sobre a contribuição de Paolinelli e a documentação perante o Comitê Norueguês do Nobel. O coordenador do Comitê Executivo destaca o extraordinário engajamento de lideranças e profissionais de destaque da sociedade civil no Brasil e no exterior.
“Trata-se de um líder brasileiro provedor da paz em nível mundial, tanto no passado com o desenvolvimento da Agricultura Sustentável no Cerrado preservando a Amazônia, como no presente e no futuro liderando o Projeto Biomas na Academia como Terceiro Titular da Cátedra Luiz de Queiroz”, disse o professor Durval Dourado Neto, em coletiva de imprensa realizada no lançamento da Rede Paolinelli.
Um dos líderes daquele movimento, Roberto Rodrigues, acrescentou naquele momento: “Paolinelli é o maior brasileiro vivo, é o visionário da maior revolução agrícola tropical sustentável que ocorreu no Brasil. Ele é um grande construtor da paz, pois alimento é paz, sustentabilidade é paz”.
Alysson Paolinelli completaria 87 anos no próximo dia 10 de julho.
Informaremos oportunamente a respeito do velório e do local do enterro.
Fonte: Esalq USP