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04/07/2019
Segundo levantamento Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil, área equipada com pivôs centrais alcançou 1,47 milhão de hectares em 2017, o triplo da área registrada em 2000 e 47 vezes superior ao total registrado em 1985. Estudo indica forte tendência de expansão do uso de pivôs
A agricultura irrigada por pivôs centrais apresenta crescimento forte e persistente nas últimas décadas, e que se acelerou ainda mais a partir de 2010, chegando a uma área de 1,476 milhão de hectares e, 2017, o equivalente a 2,5 vezes o território do Distrito Federal. Este total é 47 vezes maior que a área mapeada em 1985 e o triplo registrado no ano 2000, quando foram contabilizados respectivamente 31 mil e 490,5 mil hectares. Esta é uma das conclusões apontadas pelo Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), lançado em 4 de julho em Cristalina (GO).
Atualmente Minas Gerais, Goiás, Bahia e São Paulo concentram 77% da área total – respectivamente 31%, 18%, 15% e 13%. O levantamento também indica que novos polos de pivôs centrais em Mato Grosso e Rio Grande do Sul surgiram mais recentemente, com crescimento em ritmo superior aos demais estados, resultando em 8% da área nacional para cada uma das duas unidades da Federação.
Os três principais municípios irrigantes – Unaí (MG), Paracatu (MG) e Cristalina (GO) – são limítrofes e formam a maior concentração de pivôs do Brasil com 2.558 pivôs ocupando 191 mil hectares. Conforme o estudo da ANA e EMBRAPA, o crescimento do uso de pivôs centrais é expressivo na maior parte dos municípios onde a tecnologia é utilizada, superando 150% com frequência entre 2000 e 2017. Nos seis maiores estados concentram-se, ainda, municípios que mais que quintuplicaram (+500%) suas áreas irrigadas por pivôs no mesmo período, com destaque para territórios em Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
Os resultados do levantamento histórico permitiram a delimitação dos 17 principais polos nacionais de irrigação por pivôs centrais, que concentram 59% da área irrigada. De acordo com o estudo, o Oeste Baiano é o polo com maior área coberta por pivôs. Também na Bahia, o polo Mucugê-Ibicoara possui a maior concentração (ou densidade) de pivôs. O polo do rio São Marcos apresenta a segunda maior área e a segunda maior densidade, sendo o mais intensivo do País.
Foi realizada também uma avaliação das taxas de ativação dos pivôs ao longo do ano, demonstrando que as áreas estão mais ocupadas com culturas no período chuvoso. Entretanto os equipamentos são poucos acionados, sendo utilizados mais para proteção a riscos climáticos. Nas principais áreas produtoras por pivôs, a maior demanda de irrigação tende a ocorrer na segunda safra (ou safrinha), quando a taxa de ocupação ainda é alta e as chuvas diminuem ao longo do ciclo das culturas, requerendo o acionamento dos equipamentos com maior frequência. No período seco o uso da água também é significativo, pois o acionamento dos equipamentos atinge seu máximo, mas a área equipada com culturas recua para níveis inferiores, da ordem de 30 a 40% da área total.
A atualização do Levantamento da Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil, cuja primeira edição foi lançada em 2016, contribuirá para a construção da segunda edição do Atlas Irrigação: Uso Da Água Na Agricultura Irrigada, publicação mais abrangente da ANA sobre a agricultura irrigada prevista para ser lançada em 2020. O Atlas é uma referência técnica sobre a irrigação brasileira na sua interface com os recursos hídricos e teve sua primeira edição divulgada em 2017.
A caracterização e análise da série histórica e do mapeamento atualizado de pivôs são subsídios fundamentais para o planejamento, de forma a garantir segurança hídrica para o setor e promover o desenvolvimento regional, uma vez que os pivôs centrais deverão continuar liderando a expansão da área irrigada no País.
Na primeira versão do Levantamento Agricultura Irrigada por Pivôs Centrais no Brasil houve o mapeamento de pivôs no Brasil com base me imagens de satélite de alta e média resolução espacial em 2014. Desde então, a ANA e a EMBRAPA trabalharam no aperfeiçoamento do primeiro mapeamento de pivôs centrais e na extensão da série temporal, resultando numa base de dados histórica. Com isso a segunda edição detalha a evolução do número de equipamentos e da área equipada para irrigação por pivôs de 1985 a 2017 em todo o Brasil.
Resultados desagregados dos mapeamentos de pivôs centrais, por município, bem como mapas interativos e painéis de indicadores, podem ser acessados por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), em www.snirh.gov.br, na seção Usos da Água.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) / Agência Nacional de Águas (ANA)
Fonte: Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) / Agência Nacional de Águas (ANA)