Os produtores de leite têm conseguido manter a remuneração, mesmo com a queda dos preços praticados no mercado no último mês. Apesar da redução percebida em março quando comparado com fevereiro, os valores continuam em patamares elevados garantindo a rentabilidade, como mostra a Conjuntura mensal dos produtos publicada nesta terça-feira (20), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As maiores variações mensais foram registradas nos estados do Rio de Janeiro, de Goiás e de Mato Grosso, todas na casa de 7%. “Os preços médios recuaram diante de uma demanda lenta. Após as máximas do final de 2020, os valores diminuíram no início do ano, influenciados pelo enfraquecimento da demanda, característica do período, entre outros fatores”, explica o gerente de Produtos Pecuários da Conab, Fabiano Vasconcellos.
No entanto, a tendência no mercado é que os números se mantenham firmes neste primeiro semestre, com a limitação da oferta ocasionada pela redução sazonal da produção no período, inclusive com impactos no custo de produção em razão da La Niña.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a produção de leite no país no último ano cresceu 2,1% quando comparado com o volume registrado em 2019. Destaque para os aumentos registrados na Bahia e Sergipe. No estado baiano o crescimento foi acima de 20%, passando de 461,5 milhões de litros para 564,5 milhões de litros. Já em Sergipe, foram produzidos no ano passado cerca de 265,3 milhões, uma elevação de 31,3%.
Importações e Exportações – A maior produção auxiliou na ampliação das exportações do produto brasileiro. As vendas para o mercado externo em 2020 cresceram cerca de 33% em volume em comparação com 2019, situação que se repete neste ano. O primeiro trimestre fechou com 5% a mais no valor exportado, em referência ao registrado no mesmo período do ano passado.
As importações brasileiras também apontaram aumento. A maior demanda doméstica após o início da pandemia fez com que as compras de leite de outros países crescessem 21% em valor no ano de 2020 frente a 2019. Comportamento que se mantém em 2021. No primeiro trimestre, as compras tiveram aumento de 50% em valor, tendo como base o mesmo período do ano passado.