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24/02/2012
As exportações do agro (US$ 4,88 bilhões), se comparadas com o mesmo período do ano passado (US$ 5,15 bilhões), caíram 5,3%. Chegaram a tímidos 4,88% da meta de 100 bilhões para o ano de 2012. Neste ritmo a meta não será alcançada, pois teremos apenas US$ 58,56 bilhões no final dezembro de 2012. Resta dizer que janeiro de 2011 foi responsável por apenas 5,4% do total exportado. Os demais produtos brasileiros (fora do agro) tiveram melhor desempenho, com 12% de crescimento (US$ 10,1 bi em 2011, para US$ 11,3 bi em 2012), o que fez com que o agronegócio perdesse participação relativa nas exportações em janeiro.
Os 10 campeões no aumento das exportações foram respectivamente: soja em grãos (aumentou US$ 86,6 mi), carne bovina (US$ 84,3 mi), algodão e produtos têxteis de algodão (US$ 75,4 mi), fumo e seus produtos (US$ 37,9 mi), carne de frango (US$ 28,2 mi), café solúvel (US$ 14,4 mi), couro bovino wet blue (US$ 12,8 mi), óleo de soja (US$ 9,9 mi), borracha natural (US$ 8,6 mi) e carne suína (US$ 3,8 mi). Juntos trouxeram mais US$ 362 milhões nas exportações do agro brasileiro comparadas a 2011.
As variações dos preços médios (US$/toneladas) dos principais produtos exportados também não foram animadoras, ficando da seguinte forma: café solúvel (25,6%), algodão e produtos têxteis (10,3%), carne bovina (3,3%), borracha natural (-0,5%), carne suína (-4,3%), carne de frango (-6,2%), óleo de soja (-8,4%), soja em grãos (-10,0%), fumo e seus produtos (-12,1%) e couro bovino wet blue (-28,2).Os 10 principais produtos que diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: açúcar (queda de US$ 372,5 mi), trigo (US$ 92,1 mi), suco de laranja (US$ 74,1 mi), álcool (US$ 40,8 mi), carne de frango industrializada (US$ 37,6 mi), celulose (US$ 36,3 mi), bovinos vivos (US$ 28,5 mi), calçados de couro (25,4 mi), milho (US$ 14,1 mi) e farelo de soja (US$ 10,1 mi). Juntos, reduziram as exportações em US$ 731,5 milhões.
Nos destinos dos produtos do agro brasileiro, os 10 principais países que mais cresceram foram: China (US$ 132,3 milhões a mais que em 2011), Hong Kong (US$ 73,1 mi), Venezuela (US$ 39,1 mi), Emirados Árabes (US$ 37 mi), Iraque (US$ 30,1 mi), Bélgica (US$ 27,8 mi), Bangladesh (US$ 26,1 mi), Colômbia (US$ 22,1 mi), Taiwan (US$ 20,7) e Índia (US$ 20,2 mi). Somados representaram US$ 428,5 milhões a mais. Percebe-se realmente o crescimento do mundo emergente nas compras do Brasil.
O Brasil também perdeu vendas em alguns mercados, com destaque para Países Baixos (US$ 105,8 mi a menos que em janeiro de 2011), Irã (US$ 97,3 mi), Argélia (US$ 69,1 mi), Marrocos (US$ 46 mi), Espanha (US$ 44,1 mi), Itália (US$ 39,7 mi), Portugal (US$ 32,3 mi), Gana (US$ 21,9 mi), França (US$ 19,2 mi) e Reino Unido (US$ 15,4). Agregados, foram responsáveis pela diminuição de US$ 515,6 milhões nas exportações brasileiras. Uma parte importante da queda foi em países europeus, talvez reflexo da crise.O saldo deixado pelo agro em janeiro foi de US$ 3,7 bilhões.
Agora é esperar o desempenho nos próximos meses para ver se a meta de US$ 100 bilhões pode ser atingida, confiando na máxima que... o ano só começa após o carnaval. * Marcos Fava Neves é professor titular de estratégia e planejamento na FEA-RP/USP. Rafael Bordonal Kalaki é mestrando em Administração e pesquisador da Markestrat.