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13/03/2019
Embora pareça um tema recente, a discussão sobre o recolhimento do palhiço da cana-de-açúcar é bastante antiga. Na década de 1980, enquanto professor da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP), Tomaz Caetano Cannavam Ripoli foi pioneiro no estudo a fundo do conceito de recolhimento desse resíduo com finalidade de cogeração de energia elétrica e melhor manutenção da cultura.
Foi chamado de louco e visionário, pois defendia a inclusão de uma nova operação na lavoura. Entretanto, já naquela época o pesquisador se preocupava com a criação de um sistema mais sustentável e de uma economia circular.
Caetano Ripoli faleceu no dia 24 de fevereiro de 2013, aos 66 anos, vítima de câncer. Todavia, pôde testemunhar por breves anos sua ideia se tornar realidade em diversas usinas e agrícolas espalhadas pelo Brasil. Todavia, o assunto até os dias de hoje ainda não está desmistificado por completo e gera mais dúvidas do que respostas na cabeça dos canavicultores.
Seguindo o legado do pai, o mestre em máquinas agrícolas pela Esalq-USP e proprietário da BIOENERGY, Marco Lorenzzo Cunali Ripoli, se tornou um grande estudioso do assunto, sendo hoje um dos maiores especialistas brasileiros na área. Nos dias 27 e 28 de março, o engenheiro agrônomo participará do 21º Seminário de Mecanização e Produção de Cana para desmistificar o tema “palhiço da cana-de-açúcar” junto aos participantes do evento, realizado anualmente pelo Grupo IDEA em Ribeirão Preto/SP.
Assim como seu pai, Marco Ripoli defende o recolhimento de até 70% do palhiço da cana-de-açúcar que permanece sobre o solo após a colheita mecanizada. Uma vez recolhido, o resíduo poderá ser utilizado para cogeração de energia elétrica ou produção de etanol de terceira geração (3G). Além disso, a retirada parcial do palhiço poderá impactar as populações de determinadas pragas, como da cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata), que terá seu desenvolvimento dificultado em função do ambiente estar mais seco.
Já a palha que permanecerá sobre a lavoura – 30% é o valor defendido – proporcionará diversos benefícios agronômicos, como diminuição da erosão, preservação da umidade e disponibilização de nutrientes para o solo, como nitrogênio e potássio.
Os interessados na operação devem ficar atentos aos custos que envolvam o recolhimento, enfardamento e transporte desse resíduo. A tecnologia mais viável dependerá das características de cada usina/agrícola. Para situações de recolhimento de grandes quantidades, por exemplo, o enfardamento é o mais viável, devido ao seu menor custo quando comparado ao transporte da palha junto com a cana.
Com relação à palha enfardada, os fatores que afetam o custo de recolhimento são o desempenho das máquinas e a distância, sendo que a não utilização de todo o potencial do maquinário impactará mais no custo de recolhimento do que a própria distância, devido à quantidade de equipamentos e pessoas envolvidas na operação. Além disso, a quantidade de impurezas minerais adicionada ao fardo aumentará o custo de produção, visto que é material transportado que não será utilizado e, por isso, devem-se operar as máquinas agrícolas de forma a evitar essas retiradas.
Por outro lado, há aqueles que defendem deixar a palha toda na lavoura ou incorpora-la ao solo. No Seminário de Mecanização será apresentado um equipamento desenvolvido pela DMB que vai viabilizar a incorporação deste material orgânico visando sobretudo o seu melhor aproveitamento e o enriquecimento do solo.
Para conhecer mais detalhes sobre os benefícios da retirada parcial do palhiço da lavoura ou sua incorporação ao solo, não perca o 21º Seminário de Mecanização e Produção de Cana. Conheça a programação completa do evento no site www.ideaonline.com.br. As inscrições poderão ser realizadas até 26 de março neste site.
Serviço
21º Seminário de Mecanização e Produção de Cana
Data: 27 e 28 de março de 2018
Local: Centro de Eventos Taiwan de Ribeirão Preto/SP
Mais informações: (16) 3211-477
Inscrições pelo site: www.ideaonline.com.br
Fonte: Cana Online