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27/09/2021
A corretora Ativa Investimentos ampliou a cobertura de empresas do agronegócio. Para Camil Alimentos e Kepler Weber a recomendação é de compra. Já para as empresas SLC Agrícola, Brasil Agro e São Martinho, a recomendação é neutra.
Sergio Berruezo, analista de research da Ativa Investimentos e responsável pelo setor, explica que a Camil é uma empresa de perfil defensivo, com receitas recorrentes devido à sua atuação no segmento de produtos de alimentação básicos, como o arroz e o feijão. "Essa característica da empresa pode ser interessante para atravessar períodos de incerteza do mercado interno", diz Berruezo. Já a Kepler Weber é líder com cerca de 40% de participação de mercado no segmento de armazenagem, e se beneficia da tendência secular de liderança brasileira no agronegócio e bem-posicionada para capturar o gargalo na armazenagem de grãos brasileiros.
A Ativa Investimentos já fazia a cobertura de empresas do setor de proteínas com JBS, BRF, Marfrig e Minerva. "O setor Agro no Brasil tem se tornado cada vez mais importante na economia do país e, mais recentemente, tem ganhado uma grande representatividade na bolsa. Consideramos muito importante poder cobrir esse setor e levar mais uma luz sobre estas empresas pra os investidores", explica Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos.
De olho no agronegócio - Em agosto, a Ativa Investimentos inaugurou seu décimo escritório, localizado na cidade de Cuiabá, capital do estado do Mato Grosso. A corretora, que completa 38 anos de atuação no mercado financeiro em setembro, foi atraída pelo potencial da atividade econômica da região, que se destaca, principalmente, como um dos mais importantes polos da atividade agropecuária brasileira. A estratégia da Ativa visa auxiliar as empresas do agronegócio instaladas na região em operações de funding e estruturação de dívida para captação de recursos de financiamento no mercado financeiro, funcionando como uma alternativa de alavancagem de capital independente de subsídios governamentais e de bancos comerciais tradicionais.
A Ativa possui escritórios no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Salvador (BA), São José dos Campos (SP), São José do Rio Preto (SP) e Cuiabá (MT).
Confira as recomendações da Ativa Investimentos:
SLC Agrícola (SLCE3): Em meio à escalada das commodities agrícolas desencadeada pela recuperação econômica em curso, a SLC Agrícola vem se beneficiando enormemente das altas da soja e do milho, além da desvalorização do real, que contribuiu para a forte geração de caixa da companhia. Além disso, a companhia adquiriu a Terra Santa Agro e vem crescendo em terras arrendadas, um modelo de negócios mais asset-light e que, ao nosso ver, tende a melhorar o desempenho da companhia a longo prazo. A empresa também representa uma espécie de porto seguro contra as incertezas econômicas e políticas pelas quais o país atravessa, levando-se a resiliência do agronegócio brasileiro, com seu caráter exportador. Gostamos do case da empresa, porém acreditamos que a recente alta das commodities agrícolas, em particular a soja e o milho, já foi incorporada no preço das ações da SLC, e que os grãos não devem continuar em rápida apreciação. Acreditamos, que, pelo contrário, a probabilidade de uma correção no preço dos grãos é maior do que a probabilidade de contínua apreciação, embora seja provável que, nos próximos 12 meses, a cotação dos grãos deva permanecer em patamares elevados vis-à-vis o passado. Por isso, iniciamos a cobertura na SLC com recomendação NEUTRA.
Preço-alvo SLCE3: R$ 52,90 < Recomendação: NEUTRA
Relatório completo: ativa.in/SLCE3_2T21L
Brasil Agro (AGRO3): O desequilíbrio entre oferta e demanda causado pela pandemia da covid-19 trouxe inflação ao mundo, o que tem impulsionado as commodities agrícolas, beneficiando a Brasil Agro, em função sobretudo das altas de preços da soja e do milho, além da valorização das propriedades agrícolas e da desvalorização do real, que contribuiu para a forte geração de caixa da companhia. Tudo isso levou a Brasil Agro a entregar recentemente o seu recorde histórico de lucro líquido, bem como uma generosa distribuição de dividendos aos acionistas. O principal diferencial da Brasil Agro frente a outras empresas do setor listadas no Brasil é a sua atuação imobiliária, atuando na compra, turnaround e posterior venda de fazendas. A empresa combina características defensivas, como estar ligada aos ciclos globais de grãos, com uma característica mais agressiva, sendo potencializada pela valorização das terras agrícolas no Brasil, tornando-a uma empresa interessante para enfrentar incertezas econômicas e políticas pelas quais o país atravessa. Apesar do bom momento pelo qual a empresa vem atravessando, acreditamos que a recente alta das commodities agrícolas, em particular a soja e o milho, já foi incorporada no preço das ações da Brasil Agro, e que os grãos não devem continuar em rápida apreciação. Acreditamos, que, pelo contrário, a probabilidade de uma correção no preço dos grãos é maior do que a probabilidade de contínua apreciação. Além disso, a considerável influência do segmento imobiliário na receita da companhia, a nosso ver dificulta a previsibilidade do negócio e adiciona a ele um fator de risco. Por isso, iniciamos a cobertura na Brasil Agro com recomendação NEUTRA.
Preço-alvo AGRO3: R$ 34,00 < Recomendação: NEUTRA
Relatório completo: ativa.in/AGRO3_2T21L
São Martinho (SMTO3): A São Martinho é mais um nome de nossa cobertura que vem se beneficiando muito da recente alta das soft commodities, apresentando EBITDA acima das expectativas de mercado nos últimos trimestres. O descasamento entre oferta e demanda ocasionado pela pandemia e problemas com safras fizeram o preço das commodities subir acentuadamente, trazendo forte geração de caixa para players como a São Martinho. Embora a empresa seja de bastante qualidade, demonstrando rendimentos altos e margens atrativas, acreditamos que a alta no preço das commodities já foi precificado pelo mercado, e, da mesma forma que acreditamos que outros nomes de commodities agrícolas devem continuar com forte momentum de resultados devido à inflação global, não temos uma perspectiva de contínuo aumento de preços dessas commodities, pois acreditamos estar próximos a um pico do ciclo. Dessa forma, decidimos iniciar a cobertura da São Martinho com recomendação NEUTRA.
Preço-alvo SMTO3: R$ 33,80 < Recomendação: NEUTRA
Relatório completo: ativa.in/SMTO3_2T21L
Camil Alimentos (CAML3): A Camil é uma empresa de perfil defensivo, com receitas recorrentes devido à sua atuação no segmento de produtos de alimentação básicos, como o arroz e o feijão. Essa característica da empresa pode ser interessante para atravessar períodos de incerteza do mercado interno. A empresa é extremamente conservadora do ponto de vista financeiro, sendo pouco alavancada e priorizando a aquisição de marcas fortes a preços justos, o que a nosso ver é positivo para o acionista. Acreditamos que as marcas top of mind da empresa, renomadas em todo o país, permitem que a companhia pratique preços acima dos concorrentes, e, dessa forma, tenha uma boa rentabilidade. A empresa também atua com marcas fortes no Uruguai, Peru e Chile, recentemente adentrando no Equador, adicionando diversificação em seu portfólio de produtos. Além disso, aquisições recentes como a Santa Amália no segmento de massas e a Seleto no segmento de café ainda não foram incluídas completamente nas nossas estimativas, e criam opções bastante positivas de upside para a empresa nos próximos anos. Por esses motivos, iniciamos cobertura na Camil Alimentos com recomendação de COMPRA.
Preço-alvo CAML3: R$11,50 < Recomendação: COMPRA
Relatório completo: ativa.in/CAML3_2T21L
Kepler Weber (KEPL3): A Kepler é uma empresa cíclica relacionada ao segmento de grãos, sobretudo a soja e o milho, devido ao seu foco na prestação de serviços de pós-colheita. No entanto, a empresa também está negativamente exposta ao ciclo do aço, uma vez que seu principal custo para construção dos silos é o aço. Acreditamos que o alívio no mercado de aço virá antes do alívio no preço dos grãos, criando um momento cíclico favorável para a Kepler. A empresa é líder com cerca de 40% de participação de mercado no segmento de armazenagem, e se beneficia da tendência secular de liderança brasileira no agronegócio e está bem-posicionada para capturar o gargalo na armazenagem de grãos brasileiros. Além disso, o segmento de exportação cria diversificação geográfica para a Kepler, e os potencial de inovação no segmento de serviços da empresa, que vem crescendo de forma exponencial nos últimos anos e não tem caráter cíclico, são interessantes opcionalidades na nossa visão. Por esses fatores, iniciamos cobertura na Kepler Weber com recomendação de COMPRA.
Preço-alvo KEPL3: R$ 54,90 < Recomendação: COMPRA
Relatório completo: ativa.in/KEPL3_2T21L
Fonte: APPROACH
Fonte: APPROACH