As mudanças climáticas estão entre os principais desafios do setor sucroenergético. O Centro-Sul, em especial, tem enfrentado sucessivos períodos de seca, o que dificulta a vida dos produtores. Para lidar com essa adversidade, a BP Bunge Bioenergia, uma das maiores processadoras de cana-de-açúcar do Brasil, está ampliando suas ações para reduzir os impactos gerados pelo clima.
Uma das soluções é o manejo de mitigação de déficit hídrico, que minimiza a exposição dos canaviais à falta de água e voltado principalmente às plantações com raízes menos desenvolvidas. Em linhas gerais, o projeto consiste em promover uma organização da colheita a partir de critérios técnicos e operacionais.
Na prática, diversos parâmetros são analisados com intuito de aumentar a produtividade dos canaviais. A avaliação técnica considera os ambientes de produção com opção de colheita nas áreas de maior restrição hídrica.
“Primeiramente, buscamos colher os ambientes menos produtivos. Levamos em conta também o estágio de corte, dando preferência para os canaviais mais novos, cujos sistemas radiculares são menos avolumados e aprofundados do que de socarias mais antigas, fazendo com que eles sejam mais sensíveis ao déficit hídrico”, explica Thiago de Paula e Silva, gerente de fitotecnia da BP Bunge Bioenergia.
O projeto de mitigação de déficit hídrico contempla também a expansão de irrigação e fertirrigação (sem vinhaça localizada), auxiliando na brotação e melhora do ciclo produtivo. Para a safra 2022/23, a aplicação de água ou vinhaça deve alcançar aproximadamente 60% da área plantada.
A BP Bunge utiliza a vinhaça de duas formas: por aspersão, com diluição em água, e aplicação localizada, que tem finalidade de adubação do solo. “Em 2020, 64% do total da nossa área de tratos culturais foi tratada com vinhaça. Este ano, nossa expectativa é chegar a 80%.”, ressalta Thiago de Paula e Silva.
Além do manejo de colheita e da irrigação, outras práticas são utilizadas constantemente para promover o crescimento das raízes, como, por exemplo, incorporação de matéria orgânica, rotação de cultura, aplicação de adubo organomimeral e estimuladores de desenvolvimento.
A redução na captação e no consumo de água e a qualidade dos recursos hídricos integram os compromissos sustentáveis da BP Bunge, presentes nas metas “Nossos Compromissos 2030”, para garantir o uso racional em todo ciclo produtivo. As 11 usinas, distribuídas em cinco estados brasileiros, estão em locais próximos a rios, mananciais ou cursos d´água.
Uso consciente da água
Para que a captação de fontes externas seja menor, diversas etapas da operação industrial e agrícola fazem reuso da água. É o que acontece na lavagem da cana e nos lavadores de gases. Além disso, a utilização da água residuária e da vinhaça no processo de fertirrigação também contribuem para diminuir a captação nos cursos d’água para fins de irrigação.
Fonte: BP Bunge Bioenergia - InPress Porter Novelli