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21/11/2022
Um ano após o lançamento, em 18 de novembro de 2021, a 7ª edição
do Curso de Tecnologia Pós-Colheita em Frutas e Hortaliças, organizado
pela Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP), comprova que a mudança para o formato virtual e gratuito - em função da pandemia da COVID-19 - aumentou consideravelmente o número de participações, especialmente, de mulheres.
O público feminino responde por 54.1% das 5880 inscrições. É o caso
de Mirella Romanelli Vicente Bertolo, doutoranda em Química Analítica e
Inorgânica pelo Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São
Paulo (IQSC-USP), que está nos Estados Unidos realizando parte de seus
estudos no desenvolvimento de revestimentos poliméricos comestíveis para a
extensão da vida de prateleira de morangos - tema abordado no curso.
Dupla participação
“Em relação à minha formação profissional, foi no curso de 2019
(presencial) que tive um primeiro contato com muitas das técnicas que eu
usaria durante meu doutorado, as quais ainda eram desconhecidas por mim.
Foi por meio do curso que vi, pela primeira vez, como os revestimentos
comestíveis atuam na prática. Já na edição de 2021 (virtual), pude me
atualizar em relação ao tema, entrando em contato com mais materiais e
assuntos que surgiram no intervalo de dois anos entre as edições”, conta a
doutoranda.
“Em ambas as edições, o curso abordou de forma completa tudo o que
se propôs a apresentar, e posso dizer que a edição virtual não deixou a
desejar em relação à edição presencial. Portanto, acredito que o
desenvolvimento do meu projeto de doutorado não teria sido o mesmo sem
minhas participações no Curso de Tecnologia Pós-Colheita da Embrapa
Instrumentação”, acrescenta Mirella Bertolo.
Formato extrapola fronteiras
Disponibilizado em módulos sobre Rastreabilidade, Colheita,
Beneficiamento, Nanotecnologia na pós-colheita, Análise não destrutiva da
qualidade e Produtos Minimamente Processados (PMPs), o curso já chegou
a 1254 municípios brasileiros (22,5%) de todos os estados, com destaque
para São Paulo – 13,4% das inscrições, Bahia - 11,7% e Minas Gerais-
10,3%.
O formato virtual também já contemplou 30 participantes de 11 países
(Angola, Equador, Paraguai, Moçambique, Peru, Argentina, Cabo Verde,
Portugal, Honduras, Colômbia e Uruguai), que acessaram o endereço
https://www.embrapa.br/e-campo/tecnologia-pos-colheita-em-frutas-e-
hortaliças.
O curso tem a contribuição de 45 conteudistas e instrutores (oito
Centros de Pesquisa da Embrapa e instituições públicas e privadas), que
ajudaram a produzir seis apostilas, num total de 395 páginas (podem ser
salvas em PDF para leitura posterior ou impressão), dez vídeos de práticas
em laboratório; duas visitas técnicas virtuais; nove podcasts; dez infográficos;
15 animações gráficas (whiteboards), além de 46 videoaulas.
Atualização profissional
Para o engenheiro agrônomo Marcelo José Vieira, supervisor de
controle de qualidade numa empresa de frutas, que encontrou a capacitação
da Embrapa ao buscar informações sobre nanotecnologia, “a organização do
curso em módulos independentes permitiu que eu orientasse os estudos de
acordo com meus interesses prioritários. O formato virtual com aulas
gravadas facilitou a organização do tempo”.
Na visão dele, “além da importância e atualidade dos temas abordados
(nanotecnologia e rastreabilidade, por exemplo), destaca-se no curso o
conhecimento e experiência dos instrutores, a linguagem simples associada a
exemplos práticos, a qualidade audiovisual e o material de apoio (apostila em
formato PDF). Informação gratuita, de alta qualidade e acessível a todos. Eu
recomendo!”
Média superada
A analista da Gerência Geral de Parcerias da Embrapa (Brasília – DF)
Aline Branquinho Silva explica que “o formato com certificação modular
representa um impacto positivo, a ser estendido para outras capacitações, já
que o percentual de conclusão é sempre superior a 50%, relativamente maior
do que a média de 40% dos demais cursos do e-Campo (plataforma na qual
são disponibilizadas as capacitações virtuais)”.
“É natural que nos primeiros meses de lançamento as capacitações
on-line tenham um boom de inscrições e que esse número vá diminuindo ao
longo dos anos. Ainda sim, é notável que o curso de pós-colheita - mesmo
após um ano - tenha uma média de 300 inscritos por mês. Um desafio para
2023 é aumentar a participação de profissionais da assistência técnica e
extensão rural e de produtores”, explica a pedagoga.
Novos módulos
E é em função dos próximos desafios que o pesquisador e
coordenador do curso, Marcos David Ferreira, já articula novidades para o
ano que vem, entre as quais, a criação de novos módulos virtuais sobre o uso
racional e seguro da água e também sobre perdas e desperdícios de
alimentos, bem como ações presenciais em eventos ligados ao tema.
“Tivemos o apoio de emenda parlamentar do deputado federal Vitor
Lippi (PSDB – SP), que nos ajudou a saltar de 100 participantes na edição
presencial em 2019 para quase 6 mil até agora, contribuindo com um setor
carente de informações e tecnologias. Agora, com um novo apoio financeiro,
além de manter a 7ª edição disponível, esperamos levar novos conteúdo na
8ª edição, também de forma gratuita, para que a tecnologia represente uma
mudança de paradigma para as pessoas participantes do curso”, finaliza o
pesquisador.
Fonte: Embrapa Instrumentação
Fonte: Embrapa Instrumentação