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19/04/2022
A Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado com foco no segmento da cannabis e de seus periféricos, lançou recentemente seu quinto relatório de mercado, o primeiro de 2022, sobre o cânhamo e seus possíveis impactos econômicos e sociais no Brasil e no mundo.
O relatório mostra toda a história do cânhamo, planta pertencente à espécie Cannabis sativa L., presente em registros históricos desde 9.000 a.C, e dá destaque para a sua evolução ao longo do tempo, revelando dados sobre o alto potencial do produto principalmente para uso na agricultura devido às suas inúmeras possibilidades de produção de matérias-primas.
A partir das características de sua estrutura, como o caule, sementes, flores, folhas, galhos e até a planta inteira, pode ser extraída uma variedade de insumos, como o cânhamo bruto ou macerado; o cânhamo trabalhado de outra forma, mas não fiado (filaças, filaças penteadas, estopas e desperdícios); fios de cânhamo; semente; óleo de semente; farelo de semente; óleo em primeira extração e outros.
As sementes do cânhamo, por exemplo, assim como o caule, têm sido usadas pela humanidade há milhares de anos, mas os estudos em relação ao seu potencial nutritivo são mais recentes. Por terem uma composição por volta de 29% a 35% de óleos -- da qual 80% corresponde a ácidos graxos, 35% a proteínas e 10% a carboidratos e fibras --, elas são fontes importantes de nutrientes como ômega 3, proteínas, fibras, cálcio, ferro etc., sendo consideradas, inclusive, superfoods (superalimentos, em português), isto é, alimentos que contêm altos níveis de propriedades que podem prevenir ou tratar questões de saúde. Os ácidos graxos, por exemplo, são capazes de reduzir doenças cardiovasculares, câncer, artrite reumatóide, hipertensão, doenças autoimunes, entre outras.
Elas podem ser consumidas in natura, cozidas e assadas, bem como em forma de óleo. Há diversos tipos de aplicações industriais quando processadas, atingindo setores como de cuidados pessoais, energia, comidas, bebidas, insumos industriais, insumos agrícolas e cuidado animal. Na base de dados da USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até 2020, foram registrados 680 produtos alimentícios derivados da semente e do grão de cânhamo.
O ciclo do cultivo de cânhamo para obter suas sementes dura por volta de 100 a 120 dias. As plantas devem atingir uma altura de 1,8 a 2,8 metros, além de serem cultivadas de forma densa, com 95 a 160 plantas por m² -- esse espaçamento é maior do que no caso das fibras, pois é necessário para estimular a formação de flores e, por consequência, das sementes, mas, ainda assim, é menor do que aquele voltado para para a produção das flores do cânhamo. Por fim, a colheita deve ser realizada em um tempo curto para evitar a dispersão das sementes, ou seja, a perda da matéria-prima. As sementes precisam de pouco ou nenhum processo de beneficiamento e, ainda, são embaladas para serem transportadas e comercializadas.
Essas características foram consideradas para calcular os possíveis lucros por hectare com o cultivo de cânhamo voltado para as sementes. O cenário de valores aponta que quanto maior o preço de mercado e maior a quantidade de sementes colhidas, maiores os ganhos. Confira a tabela abaixo e, para consultar seus valores completos, consulte a Kaya Mind.
Estimativa do retorno financeiro da produção de sementes de cânhamo por hectare no Brasil:
Segundo análise da Kaya Mind, a estimativa do custo médio para produção de sementes de cânhamo no Brasil é de aproximadamente R$ 6.820,28 por hectare. De acordo com a empresa, para que um produtor tenha lucro sobre essa colheita ele precisaria avaliar a sua produtividade por área e estabelecer preços com base neste volume para comercialização. Confira na tabela abaixo as faixas de preço e produtividade estimadas no Brasil, norteadas por informações do plantio de cânhamo em 22 regiões diferentes do mundo:
Vale lembrar que os quadros em vermelho representam prejuízo, ou seja, o gasto da produção é maior do que os ganhos. Já os quadros em verde são todas as opções que apresentam lucro para o produtor.
Para vender a tonelada do insumo por R$ 4.500, por exemplo, sua produtividade precisaria ser maior do que 1,60 tonelada por hectare para gerar lucro. Um volume abaixo desta apresentaria mais custos para produzir do que retorno.
Já fazendo uma avaliação com a venda da tonelada das sementes de cânhamo por um valor de R$ 8.000, o produtor precisaria ter uma colheita de 0,95 tonelada em um hectare para ter lucro. Qualquer volume de produção abaixo disso apresentaria prejuízo.
No caso da venda por, pelo menos, R$ 11.500 por tonelada, o lucro viria com uma colheita de apenas 0,63 tonelada de produtividade por hectare. Qualquer preço acima desse valor precisaria da mesma quantidade de produtividade por área para obter saldos positivos, como é o caso da venda da tonelada por R$ 15.000 ou R$ 18.500, que apresentam os maiores lucros, por exemplo.
Fonte: Assessoria de Imprensa Kaya Mind - Seven PR