A Forbes publicou, no dia 15 de outubro, lista (em ordem alfabética) das cem mulheres poderosas do agro. Entre o grupo está a chefe geral da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Lourdes Mendonça Santos Brefin. Foto: Divulgação
19/10/2021
A Forbes publicou, no dia 15 de outubro, lista (em ordem alfabética) das cem mulheres poderosas do agro. Entre o grupo está a chefe geral da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ), Lourdes Mendonça Santos Brefin. Segundo a publicação, “como membro do ITPS (Intergovernamental Technical Panel on Soil), da FAO/ONU, atua fortemente em redes globais de pesquisa.” Para Lourdes a indicação foi uma surpresa. “Eu não esperava. Creio que é uma vitória para as mulheres, principalmente as que trabalham em prol da agricultura, sejam formadoras de opinião, cientistas ou agricultoras. Mas se ainda existe uma lista de mulheres na liderança é porque não é um fato corriqueiro, os caminhos são mais tortuosos. De qualquer forma, fico muito feliz em fazer parte.” A cientista fez a gestão de centros de pesquisa com equipes de alta performance, como os da Embrapa. “De grande importância também foi poder colocar os solos na agenda global, na da FAO, por exemplo, colocando também o Brasil nesta agenda,” diz a cientista. Outra grande conquista é participar da Aliança Mundial para o Solo, sendo parte da painel intergovernamental técnico de solos durante quase sete anos, liderando a rede latinoamericana para mapeamento digital da terra, criando e liderando a rede brasileira de mapeamento digital de solos. “São essas articulações, baseadas em ciência, que promoveram o avanço da pesquisa sobre solos tropicais, não só no Brasil, mas no mundo. Então, fazer essas alianças, trazê-las para o Brasil, juntar as pessoas que trabalham no tema é o que foi pioneiro, tanto o mapeamento digital de solo, como a concepção do PronaSolos, que também adveio desses encontros e articulações internacionais, trazer o solo para a agenda global foi minha principal contribuição para estar nesta lista”, afirma a pesquisadora. Meninas, moças e mulheres: com conhecimento, ciência e educação podem fazer o que quiserem. A questão de ser líder, de levar um tema adiante não depende de gênero, mas as mulheres precisam se ajudar mais. “A sororidade é importante, sem competição, mas se ajudando, já que temos a mesma competência dos homens. Esse reconhecimento é bem mais difícil para uma mulher do que para um homem nas mesmas condições. A mulher é tão competente quanto o homem liderando em qualquer área. Se essas cem mulheres conseguirem na sua lida diária influenciarem outras já terá valido o reconhecimento. Sororidade, gentileza, gratidão são pontos fundamentais.” “A minha mensagem é que ninguém chega sozinho a esses lugares. Todas tivemos apoio das equipes, famílias e de outras mulheres para poder chegar lá.”