As equipes de Pesquisa & Desenvolvimento e de Transferência de Tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão lançaram dia 20 de novembro a nova cultivar de feijão tipo "carioca" BRS FC406, que se destaca na safra das águas na Região Central do Brasil, pela produtividade, até 20% superior às demais do mercado, pelo potencial produtivo de 4.000kg/ha e resistência à antracnose e mancha-angular. A cultivar apresenta características interessantes também para a indústria, como uniformidade de tamanho e coloração de grãos, com aspectos muito semelhantes à cultivar Pérola. O lançamento se deu por meio de uma live, no canal da Embrapa no YouTube. Foi a primeria ação desta natureza realizada pela Unidade, e que se repetirá nesse formato enquanto perdurar o momento de afastamento pela pandemia.
Ainda sobre a qualidade tecnológica e industrial dos grãos, a cultivar BRS FC406 possui ótimo rendimento de peneira (79%) e a massa média de cem grãos (28 g), em ensaios sem a aplicação de fungicidas, são superiores aos das cultivares BRS Estilo e Pérola (Tabela 2), que são padrões de mercado para essas características, indicando ser uma cultivar com grãos de alto valor comercial.
Os trabalhos de pesquisa do feijoeiro-comum caminharam, nos últimos anos, com o foco na diversificação do portfólio de cultivares, posicionando-as de forma específica para determinadas regiões e épocas de cultivo, observando clima e incidência de pragas e doenças. Assim, a BRS Estilo foi desenvolvida para as épocas das águas e da seca, em virtude das plantas terem porte mais ereto e grãos mais claros, enquanto a BRS FC402 para a época de inverno, dada a alta resistência ao fungo fusarium e doenças de solo.
Seguindo essa linha, de acordo com Pedro Sarmento, da área de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, a BRS FC406 é posicionada para safra de verão e safra da seca, pelas resistências à antracnose e à mancha-angular e maiores produtividades alcançadas, comparadas com outras cultivares, principalmente a Estilo. "Caso o produtor resolva plantar no inverno, ele não vai obter resultado tão bom” informa ele. O analista explica que o melhoramento de feijão da Embrapa fez a indicação para as três épocas (águas, seca e inverno), porque ele realizou ensaios também nas três. Contudo, mesmo com esta indicação, ele é posicionado para o verão e safrinha, quando o produtor pode maximizar a produtividade. "Os pivôs, no inverno, são muito atacados por doenças e, tanto a Estilo quanto a BRS FC406, são sucetíveis ao fusarium, causando deficiências em relação ao verão”, diz Pedro.