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29/03/2019
Nesta quinta-feira (28), o tema da produtividade e longevidade dos canaviais nordestinos associado aos recursos hídricos e à gestão sustentável da água nesta região que já convive com períodos cíclicos de seca foi iniciado durante visita de dirigentes de entidades agroindustriais sucroenergéticas na Embrapa Cerrados – unidade especializada em irrigação para a agricultura. Os presidentes da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), Alexandre Andrade Lima, e do Sindicato das Indústrias do Álcool e Açúcar do estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha conheceram as instalações e saíram animados do local.
O governo federal tem defendido como prioridade ações sobre este tema no Nordeste. A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, esteve em vários estados nordestinos este ano, inclusive em uma usina sucroenergética na Paraíba, onde reafirmou a meta do governo Bolsonaro com a irrigação da agricultura na região. Ela inclusive estará hoje em Alagoas, visitando uma usina cooperativada de fornecedores de cana (Pindorama). “Desse modo, a contribuição da Embrapa, empresa federal de excelência na pesquisa agrícola, é indispensável, sendo a irrigação um dos principais fatores que poderá dobrar a produção canavieira do NE, que hoje é de 47 milhões de toneladas, bem como elevar a longevidade da cana de 5/6 anos para 12,”, disse Andrade Lima ao convidar a Embrapa Cerrados para este desafio.
A unidade da Embrapa, representada pelo pesquisador em Recursos Hídricos e Irrigação, da Superintendência de Articulação Internacional do órgão, confirmou a visita da entidade nos canaviais do Nordeste. Os estados e locais específicos ainda não foram definidos, mas a vinda dos pesquisadores deve ocorrer ainda neste semestre. A visita à Embrapa Cerrados de Lima e Renato Cunha, que ainda é vice-presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, foi articulada pelo Sindaçúcar de Pernambuco.
O objetivo da visita dos pesquisadores ao Nordeste é para que conheçam adequadamente os canaviais (solo, clima, topografia e outras questões técnicas) de modo a contribuir no desenvolvimento de estudos e projetos de irrigação com foco no aumento da produção sustentável da cana e dos seus derivados alimentar (açúcar) e energético (etanol e bioenergia), que atribui à cana uma cultura avançada frente à multifuncionalidade agrícola – um novo paradigma cada vez mais potencializado em todo o planeta.
O governo de Pernambuco e outros governadores do Nordeste analisam inclusive a viabilidade da implantação de um projeto para a irrigação dos canaviais (Água do Norte) desenvolvido pelo consultor do setor sucroenergético da região, Gregório Maranhão. Consiste em micro e pequenas barragens nos engenhos de cana, evitando o desperdício das águas das chuvas na estação chuvosa na Mata nordestina, sendo utilizadas no restante do ano.
A irrigação da produção agrícola é vital para a elevação da produção de alimentos, esta que demanda um plus de 1 bilhões de toneladas até 2023, segundo as Nações Unidas. Vários estudos já mostram, por sua vez, que o Brasil tem o potencial de triplicar a atual produção de forma sustentável, pois somente 40% das plantações são irrigadas atualmente, cerca de 7 milhões de hectares, mesmo tendo uma vazão dos rios 12% maior que o restante do mundo e ainda concentrando 12% da água total do planeta.
“Portanto, com o desenvolvimento de projetos específicos e a utilização da tecnologia mais eficiente para a melhoria da eficiência do sistema de irrigação e também para facilitação do manejo sustentável, pode-se elevar a produção vertical dos canaviais do NE, ou seja, com mais eficiência e longevidade, sem a necessidade da utilização de mais recursos naturais para a sua ampliação (uma produção horizontal)”, disse Andrade Lima.
Zoneamento da cana no Brasil
Após a visita na Embrapa Cerrado, Andrade Lima também participou com o diretor da União Nordestina dos Produtores de Cana, Bráulio Gomes, de uma reunião no Ministério da Agricultura, coordenada pelo secretário executivo da pasta, o ex-deputado federal Marcos Montes. Foi abordado sobre o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar (ZAE Cana).
Fonte: Assessoria de Imprensa AFCP/Feplana