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30/06/2023
Por Daniel Pedroso, especialista agronômico da Netafim Brasil
Ocupando uma área de aproximadamente 10 milhões de hectares, a cana-de-açúcar é uma das principais culturas agrícolas brasileiras. Proporcionando ao país o título de maior produtor e exportador de açúcar do mundo.
No entanto, o sucesso ou insucesso na produtividade agrícola anual sempre esteve à mercê das chuvas e principalmente do déficit hídrico anual. Como já foi apresentado em várias reuniões técnicas, dentre os fatores que afetam a produtividade dos canaviais, o clima representa aproximadamente 50%.
Mesmo em anos considerados normais, há uma diminuição nos índices pluviométricos entre os meses de Abril a Outubro, o que consequentemente leva a queda de produtividade em canaviais colhidos no meio e final de safra devido ao déficit hídrico. Como ilustrado na figura 01, abaixo
Figura 01. Queda de produtividade relacionada ao déficit hídrico durante a safra.
Fonte: Centro de Cana - IAC
Essa queda de produtividade não é apenas ruim para o setor agrícola, mas principalmente para o setor industrial, que passa a ver sua capacidade de moagem ociosa e que se vê obrigada a transportar matéria prima (cana-de-açúcar) de regiões mais distantes, encarecendo o Corte, Transbordo e Transporte (CTT). E com isso os custos de produção.
Há vários métodos que podem aliviar essa queda abrupta de produtividade, mas com certeza a irrigação é a que provoca maior impacto.
Muito bem, já estabelecido que a irrigação é uma excelente oportunidade para se manter ou aumentar a produtividade no final do ciclo, a grande dúvida agora é, qual método utilizar. Há 3 métodos de irrigação disponíveis no mercado: a superficial (sulcos), a aspersão (autopropelidos, pivôs e alas móveis) e a subsuperficial (gotejamento). Por característica dos sistemas, o método superficial e aspersão são os que possuem maiores perdas, devido a evaporação, deriva por ventos e efeito guarda-chuva. Restando a irrigação por gotejamento como o método mais eficaz de irrigação para canaviais adultos. Mas a grande pergunta é, por que o gotejamento é mais eficiente? Por um simples motivo, pelo fato dos tubos gotejadores serem enterrados, as raízes das plantas têm acesso direto à água, sem as perdas já citadas anteriormente.
Figura 02. Eficiência do sistema de irrigação por gotejamento em cana de açúcar grande.
Fonte: Cana consultoria.
Devido a isso é possível observar que cada vez mais fornecedores e Usinas vêm adotando essa tecnologia e optando por colher exclusivamente no meio e final de safra, colhendo excelentes resultados.
Em média, podemos dizer, através do histórico colhido em várias regiões que a irrigação por gotejamento pode aumentar em até 90% a produtividade dos canaviais colhidos no meio e final de safra.
Por exemplo, há um cliente na região nordeste que optou em colher seus 5.000 ha de irrigação por gotejamento no final de safra, pois em média esses canaviais promoviam uma produtividade acima de 100 ton/ha, garantindo a estabilidade de fornecimento de matéria prima para indústria, evitando que ela baixasse sua capacidade de moagem. Evitando desta maneira prejuízos industriais.
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress Comunicações
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress Comunicações