Confiança foi a palavra-chave entre as lideranças do agronegócio nacional que discutiram a implementação da quinta geração de telefonia móvel no país, ou 5G, em encontro virtual realizado na tarde de sexta-feira (10/09). Organizado pelo COSAG – Conselho Superior do Agronegócio e pelo COINFRA – Conselho Superior de Infraestrutura, ambos da FIESP, o evento contou com a participação do ministro das Comunicações, Fabio Faria, que alinhou as ações do governo federal para ampliar a conectividade no campo.
“Teremos um leilão com perspectiva de somar R$ 45,6 bilhões, em que 90% não serão arrecadatórios, mas de investimentos. O restante, em torno de R$ 8,6 bilhões, destina-se à União. Teremos impactos extremamente positivos para a redução do desmatamento, monitoramento de incêndios, rastreabilidade da produção, eficiência energética e sustentabilidade na produção agrícola”, afirmou o ministro.
Para Jacyr Costa, presidente do COSAG, o 5G vai revolucionar a agro brasileiro: “O território agropecuário no País é imenso. Muitas áreas estão afastadas dos grandes centros produtivos, com pouca ou nenhuma conectividade à internet. Precisamos, urgentemente, de uma infraestrutura adequada de telecomunicação para resolver este gargalo. O leilão 5G, portanto, tem máxima importância”. Marcos Lutz, presidente do COINFRA, destacou que aumentar o acesso do produtor rural à rede vai alavancar a agricultura de precisão, a chamada internet das coisas, “medida crucial para se construir um país mais eficiente, justo, correto e sustentável”.
Para Cleber Soares, representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que também participou do evento, a conectividade no agro, atualmente, equivale à chegada da energia elétrica no campo nas décadas de 1970 e 1980. “Apenas 23% do espaço agrícola nacional, independentemente do porte, possui algum tipo de conexão. É uma situação extremamente deficitária”, informou. De acordo com o executivo, para chegar a 50% de cobertura digital, torna-se necessário instalar, em até dois anos, aproximadamente 4.400 conjuntos de torres e antenas. Isto considerando não apenas o 5G, mas o 4G, 3G e 2G. Para alcançar nacionalmente um patamar de 80% a 90% de cobertura nas áreas agrícolas, será preciso adicionar mais 15 mil torres e antenas.
Além das autoridades federais, também participaram do encontro executivos de três grandes empresas que trouxeram experiencias e expectativas quanto à nova tecnologia: o diretor de Cyber Security Global da Huawei Brasil, Marcelo Motta, o presidente da Ericsson Latam South, Rodrigo Dienstmann e o presidente da Nokia Brasil, Ailton Santos.