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18/06/2021
Uma nova tecnologia para controle do percevejo-preto no amendoim será entregue ao setor produtivo pela APTA Regional de Pindorama, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A partir de estudos conduzidos pelo pesquisador da unidade regional da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Marcos Michelotto, é possível reduzir em até 80% os danos causados nos amendoins cultivados em áreas infestadas com o percevejo-preto. A recomendação da APTA é importante, pois os grãos danificados pela praga não conseguem ser exportados, reduzindo assim, a rentabilidade dos agricultores.
A pesquisa será apresentada pela primeira vez em live a ser realizada em 21 de junho, às 19h, no Youtube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O evento para a entrega da tecnologia contará com a participação do coordenador da APTA, Sergio Tutui, e do diretor da APTA Regional, Daniel Gomes. A live será moderada pelo pesquisador do Instituto Agronômico (IAC), Denizart Bolonhezi, terá apresentação da tecnologia pelo pesquisador Michelotto, além da participação de José Rossato Jr, vice-presidente do Conselho da Coplana, e do produtor de Planalto (SP), Rodrigo Valochi.
De acordo com Michelotto, os estudos conduzidos pela APTA em Pindorama e Ribeirão Preto, desde 2017, mostram que a utilização de tratamento de sementes de amendoim com inseticida a base de fipronil, além da aplicação de enxofre em áreas cultivadas com amendoim podem reduzir em até 80% os danos causados pelo percevejo-preto nos grãos da oleaginosa.
"Normalmente, o produtor já faz o tratamento de sementes com inseticidas. O que ele precisa fazer é utilizar o produto indicado e em uma dosagem um pouco maior. Apenas com a adoção dessa medida preventiva conseguimos reduzir em mais de 70% a ocorrência da praga", explica o pesquisador da APTA Regional. Ele complementa que a aplicação de fertilizantes a base de enxofre na semeadura também traz benefícios para a prevenção da ocorrência da praga, assim como o uso do gesso a partir dos 60 dias de cultivo.
"Fizemos os testes e vimos a efetividade dessas ações. É importante destacar que utilizando os produtos em doses adequadas e nos momentos indicados, isso não trará problemas relacionados ao resíduo de pesticidas no amendoim. Precisamos ter muita atenção nessa questão, pois o amendoim é consumido in natura", afirma Michelotto.
O pesquisador explica que esse pacote de tecnologia para controle da praga não acarretará em custos muito superiores aos produtores, que normalmente já utilizam esses produtos. "O produtor terá um investimento um pouco maior por conta da dosagem do produto, mas isso se paga ao longo da produção, já que as ações indicadas reduzem significativamente os prejuízos causados pela praga", diz.
Entenda o que é o percevejo-preto
O percevejo-preto é uma praga de solo, que ataca as vagens de amendoim e suga o grão maduro. Para se alimentar, injeta enzimas e deixa lesão visível, que prejudica interna e visualmente o grão. Levantamento realizado pela APTA Regional mostra que a praga está presente em praticamente em todas as áreas paulistas que cultivam amendoim, com maior ou menor intensidade. O estado de São Paulo é responsável por 90% da produção nacional da oleaginosa.
"Cerca de 70% da produção nacional de amendoim é destinada à exportação e, boa parte do volume, sem a película. O processo térmico de retirar a película acaba expondo esse dano do percevejo no grão, que fica manchado, com coloração inviável comercialmente. Os grãos danificados são direcionados, então, para produção de óleo, destino que tem menor remuneração", explica Michelotto.
O dano causado pelo percevejo preto não é perceptível no campo. Assim o produtor não identifica o percevejo por não haver prejuízo na parte aérea da planta, que se desenvolve normalmente. "As empresas que beneficiam o grão são as que sentem o impacto desse dano", diz.
A pesquisa foi realizada em parceria com as seguintes empresas e associações: Amenco, Balsamo, Beatrice, Cooperativas Casul, Copercana e Coplana, Mars Brasil, TerraNuts, JLA e Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag).
Entregas tecnológicas
Esta é mais uma entrega tecnológica dos Institutos de Pesquisa ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria. Essas entregas fazem parte de um programa do Governo do Estado de São Paulo, que coloca como meta a disponibilização de 150 soluções tecnológicas pela APTA até 2022. Só neste ano, serão mais de 50 nas áreas de agricultura, pecuária, sanidade animal e vegetal, pesca e aquicultura, economia e processamento de alimentos.
SERVIÇO
Controle de percevejo-preto em amendoim
Data: 21/06/2021
Horário: 19h
Youtube da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP: https://www.youtube.com/user/agriculturasp
Fonte: Assessoria de Imprensa - APTA