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31/05/2021
Com uma fruta de sabor e características marcantes, condições climáticas ideais, produtores de ponkan do Vale do Ribeira, no Paraná, iniciaram o trabalho para buscar o registro de Indicação Geográfica, na categoria Denominação de Origem. O trabalho apoiado pelo Sebrae/PR encontra-se em fase inicial e também visa promover a fruta como um elemento para impulsionar para o turismo e o desenvolvimento econômico atingindo quatro cidades produtoras (Cerro Azul, Itaperuçu, Rio Branco do Sul e Doutor Ulysses) da região metropolitana de Curitiba.
O trabalho começou no ano passado com o diagnóstico do Sebrae e a sensibilização dos produtores sobre o potencial para o desenvolvimento de uma Indicação Geográfica na região. Em 2021, serão realizados os procedimentos técnicos necessários para formalização da requisição ao INPI. O trabalho também contará com a parceria da Prefeitura de Cerro Azul. Ao todo, a região conta com 130 produtores que trabalham diretamente com as cooperativas Provale e Copavale. Cerro Azul também é a maior produtora de ponkan do Brasil e os quatro municípios do Vale do Ribeira são responsáveis por 80% da produção estadual. O Paraná é o terceiro maior produtor de tangerinas, com a colheita de 113,8 mil toneladas, em 2019.
“A Indicação Geográfica colabora para o crescimento de produtores, empresas e com geração de emprego e renda, gera desenvolvimento econômico e social na região. Os produtores se diferenciam com um produto de grande qualidade e reconhecido pelo mercado e que podem estimular também a cadeia turística local”, explica o consultor do Sebrae/PR, Ivan Evangelista.
Além da quantidade de frutas produzidas, estão as características de cultivo. O Vale do Ribeira possui uma grande amplitude térmica, ou seja, grandes variações de temperaturas entre os dias e noites, o que favorece a produção da ponkan e resulta em coloração, sabor e uma doçura única à fruta. Os produtores organizados em propriedades de referência, são orientados a seguir padrões técnicos na condução dos pomares, com os critérios da colheita com tesoura e sacola, ausência de larvas de moscas nas frutas, desinfecção de equipamentos de colheita e a classificação entre três tamanhos de frutas. A produção ainda conta com tecnologias sustentáveis como o uso de caldas fitossanitárias e biofertilizantes, controle do pH da água para pulverizações, controle alternativo das moscas-das-frutas e qualificação das mudas locais.
A família de Alexandre Leonardo Costa, do Sítio Santo Antônio, em Cerro Azul, produz ponkan há mais de 40 anos e afirma que a fruta da região sempre foi reconhecida pela sua alta qualidade e variedade. No processo de cultivo, ele destaca a adubação química, a baixa utilização de agrotóxicos e o rigor para a colheita das frutas, com alto grau de doçura. Apenas em seu sítio são produzidas 12 toneladas que são vendidas para grandes redes de supermercados como Assaí e Carrefour. A colheita feita pela família também é uma referência para outros produtores.
“Realizamos sempre uma colheita manual, com observação frequente e controle sobre a qualidade da ponkan. Sem o ponto ideal da fruta não podemos realizar a colheita e buscamos sempre aprimorar esse processo”, afirma Alexandre.
O trabalho de desenvolvimento econômico dos produtores da região também conta com o trabalho do Programa de Desenvolvimento Produtivo Integrado da Região Metropolitana de Curitiba (Pró-Metrópole), por meio do GT Agroalimentar e GT – Citros. O grupo trouxe aos produtores novos canais de comercialização das frutas e dos sucos em parceria com a Prefeitura de Curitiba, como os Armazéns da Família, Feiras das Cooperativas, Sacolão da Família e a Ceasa.
Crédito: Divulgação
Ponkan na gastronomia
Uma outra novidade nesta cultura é realizada com o Senac, que tem utilizado as frutas em cursos de gastronomia, na graduação e pós-graduação. A professora de Tecnologia em Gastronomia da Faculdade Senac, Leticia Kataniwa, ressalta a importância da utilização da fruta por parte de produtores regionais.
“A utilização de produtos regionais favorece a economia local e a biodiversidade das espécies além da economia nos gastos com transporte e logística. Valorizar a cozinha regional é valorizar a cultura e reconhecer o valor histórico desses produtos. Por isso, priorizamos a utilização desses produtos e reconhecemos a qualidade do ponkan do Vale da Ribeira”, ressalta.
Ela explica que afirma que a ponkan é muito versátil e pode ser utilizada em diversas sobremesas como um bolo ou creme ou a utilização de raspas de ponkan para saborizar e perfumar o sabor de uma massa de chocolate, por exemplo. Para pratos quentes, Letícia afirma que é possível fazer um frango ao molho de ponkan com acompanhamentos. Já na cozinha fria, a sugestão é uma salada com folhas, tempero com azeite, sal, ervas, salsinha, cebolinha e o suco de ponkan ou a própria fruta em pedaços.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae/PR
Fonte: Assessoria de Imprensa Sebrae/PR