A Castrolanda está em uma das maiores bacias leiteiras do Brasil, que alcança novos recordes de produção a cada ano. O Pool Leite, entidade que representa os produtores da Castrolanda e de mais quatro cooperativas do Paraná e realiza a captação do leite das propriedades à indústria, registrou, em julho deste ano, um número inédito: mais de 2,5 milhões de litros de leite coletados por dia de forma constante.
A tendência de crescimento anual segue a média de 6 a 8%. Se comparado com os últimos 10 anos, o crescimento foi em torno de 60% em relação aos 990 mil litros coletados no mesmo período de 2012.
De acordo com o Coordenador do Pool Leite, Agnaldo Bonfim Brandt, os números históricos se devem principalmente a cinco fatores: a eficiência de produção por parte dos cooperados; a base sólida de produtores; a alta aderência dos produtores em tecnologias - qualidade, genética, alimentação, equipamentos, estrutura etc. -; o suporte técnico das cooperativas no fornecimento de insumos e assistência técnica qualificada; e a política de pagamento do Pool Leite.
“A eficiência dos produtores se dá principalmente pelos investimentos na estruturação das propriedades, o que resulta também na melhora significativa na qualidade do produto. Com relação à logística realizada, com a tecnologia dos equipamentos, o índice de litros de leite por quilometro percorrido é de 214 l/km, enquanto os mais eficientes do mercado nacional estão entre 45 e 55 l/km. Por fim, a política de preços das cooperativas é muito estável e não tem as oscilações que o mercado tem e que desestimulam o produtor”, esclarece Agnaldo.
Armando Carvalho Filho, bovinocultor, Vice-Presidente da Castrolanda e membro do Comitê Pool Leite, destaca a intercooperação como primordial no alcance dos números recordes.
“Esse espírito de união dos produtores faz muita diferença na caminhada. Eles acreditam no sistema de pagamento e no trabalho das cooperativas e do Pool. Na intercooperação, as cooperativas mantêm a sua identidade na produção, na originação de matéria-prima, e, na hora da industrialização, se unem e se tornam mais forte. É um grande trabalho do Pool para a indústria: origina, faz política leiteira e é um braço importante para produtor e indústria”, reforça Armando.
Transformação digital
Em 2021, foi o lançado o aplicativo Pool Leite SmartFlow, que mostra aos produtores, motoristas e gestores do Pool os dados de coleta em tempo real: programação, mapa de produção, indicadores de qualidade e comunicados das cooperativas.
O Supervisor Administrativo do Pool Leite, Rodrigo Prioto, conta que o aplicativo trouxe mais agilidade na análise dos dados. “Quando estávamos no papel, tínhamos um dia a menos. Era necessário processar tudo, e aí é que tínhamos a análise. Evoluímos muito, agora o produtor tem o aplicativo na palma da mão e já tem as informações: volume, temperatura do leite, motorista etc. e consegue fazer a gestão da propriedade com os dados. A tecnologia otimizou tudo e a gestão melhorou graças a informação em tempo real para tomar as decisões”.
O Pool também está implementando uma tecnologia que permite um caminhão de coleta autônoma e faz todo o processo de medição da coleta. “É uma tecnologia alemã que vai fazer a coleta das amostras de qualidade, que compõem a formação do preço dos produtores. Estamos realizando os testes e, tendo o aval positivo, vamos nos estruturar com essa tecnologia no caminhão próprio e até nos terceiros”, relata Agnaldo.