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24/07/2020
Aplicações de inseticida com pulverizadores terrestres eliminaram, na tarde dessa quinta-feira (23), parte da nuvem de gafanhotos pousada no município de Federación, na província argentina de Entre Rios – a poucos quilômetros da divisa com o Uruguai. Os insetos haviam chegado na terça-feira (21) ao interior do Município, sendo monitorados por técnicos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa). A aplicação foi feita por produtores da região, utilizando pulverizadores do tipo turbina, acoplados em tratores.
A estratégia havia sido definida no início da tarde, depois que, pelo segundo dia consecutivo, o tempo fechado impediu a pulverização aérea programada pelo Senasa. Às 13 horas os técnicos do órgão federal argentino conversaram com técnicos do governo da província e produtores para definir a ação alternativa. O grupo não informou o percentual da nuvem que foi eliminado.
A expectativa agora é de que os insetos remanescentes permaneçam na área, já que a previsão nesta sexta é de chuva e temperaturas mais baixas (o que deve inibir o voo dos gafanhotos). Com isso, o Senasa programou uma operação aérea para logo que o tempo melhorar – o que deve ocorrer no sábado. Também há a possibilidade de uma nova aplicação terrestre na área, em complemento ao trabalho aéreo.
Enquanto isso, os técnicos aproveitaram para marcar um novo polígono de aplicação, em um ponto para onde parte dos insetos se deslocou, próximo ao primeiro local. A região é zona de produção de frutas cítricas e de florestas comerciais.
SEGUNDA E TERCEIRA NUVENS
Paralelo à ação em Entre Rios, outras equipes do Senasa seguem monitorando uma segunda nuvem de gafanhotos que atualmente circula na região entre as províncias argentinas de Formosa e Chaco, no norte do país. Os técnicos do órgão percorreram nessa quarta a região de General Güemes, junto ao Rio Bermejo (que divide as províncias). Na mesma área de onde, desde maio, desceram os insetos que hoje estão na fronteira Argentina/Uruguai.
E, segundo confirmou nesta quarta o chefe do Programa Nacional de Gafanhotos e Ticuras da Argentina, Hector Emílio Medina, há ainda uma terceira nuvem circulando no Paraguai. “Na verdade, a nuvem que está no Chaco argentino não estava no radar. Por isso, quando ela apareceu (no dia 21) ficamos em dúvida se haviam três ou se era a mesma que estava no Paraguai”. Segundo o Serviço Nacional de Qualidade e Sanidade Vegetal paraguaio (Senave), no último domingo (21) a nuvem no país estava na área de Picada 500, dentro do departamento de Boquerón – cerca de 200 quilômetros da fronteira argentina.
PRONTIDÃO
A nuvem em Entre Rios é a mesma que havia passado cerca de um mês circulado pela província de Corrientes, junto à fronteira da Argentina com o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O que fez o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) brasileiro declarar Emergência Fitossanitária nos dois Estados – pela Portaria 208/2020, publicada em 29 e junho. Pouco antes disso, o Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) havia colocado a frota aeroagrícola gaúcha (com mais de 400 aviões) à disposição do mapa e do governo do Estado. Depois o órgão mapeou 70 aviões que seguem prontos para ação imediata nas regiões gaúchas de fronteira.
Enquanto a situação não se resolve na Argentina, segue o risco dos insetos entrarem no Uruguai e dali chegarem ao Rio Grande do Sul. Ou simplesmente subirem linha de fronteira até o município gaúcho de Barra do Quaraí, a cerca de 100 quilômetros de onde ocorreram as operações desta quinta. Por conta disso, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Estado deve publicar nesta sexta a portaria estabelecendo o Plano Estadual de Controle de Gafanhotos.
O documento é complementar à Portaria do Mapa. “Temos definidas as regiões cobertas pelos aviões do Sindag e relacionados os fornecedores que têm os produtos definidos pelo Ministério da Agricultura contra gafanhotos”, destaca o secretário de Agricultura gaúcho, Covatti Filho. Além disso, o Estado teve confirmado na quarta-feira (22), o repasse de R$ 600 mil do Mapa, para as despesas as ações contra gafanhotos, caso os insetos ainda cheguem ao Estado.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sindag
Fonte: Assessoria de Imprensa Sindag