A Raízen, empresa integrada de energia, anunciou uma parceria com empresa alemã RWE, uma das maiores geradoras de energia elétrica da Europa, para o desenvolvimento de uma nova fonte de geração de energia elétrica que utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como matéria prima. Os pellets de bagaço podem ser utilizados como substitutos do carvão na geração de energia termoelétrica. Os testes deste novo produto estão sendo realizados em Geertruidenberg, na Holanda, na usina Amer da RWE, e têm por objetivo comprovar a viabilidade da utilização em larga escala dos pellets de bagaço para geração de energia elétrica em usinas termoelétricas a carvão convertidas para biomassa.
O Brasil é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do mundo, com 590,36 milhões de toneladas processadas na safra 19’20. A biomassa já é utilizada para a produção de energia elétrica no Brasil e a bioenergia representa aproximadamente 8% da matriz energética nacional. Já nos Países Baixos, estima-se que haverá escassez de geração de energia renovável e despachável nos próximos anos e, como forma de endereçar este desafio, a RWE e a Raízen decidiram avaliar os pellets de bagaço como alternativa sustentável. A iniciativa, que conta com o apoio da Solidariedad, organização especializada no desenvolvimento de cadeias de produção sustentáveis, visa confirmar aspectos técnicos como logística, armazenamento, incineração e emissões dos pellets de bagaço.
A Raízen possui 26 unidades de produção de açúcar, etanol e bioenergia e um portfolio diversificado de produtos e soluções energéticas renováveis. Além da planta de biogás e energia elétrica produzidos a partir dos subprodutos da indústria, a Raízen também possui uma planta para a produção de pellets localizada junto à sua Usina Diamante em Jaú, São Paulo. A planta possui capacidade de produzir 100k toneladas de pellets de bagaço e palha e, apenas neste ano, já exportou 40 mil toneladas de pellets de bagaço.
"Estamos focados em explorar o potencial do biomassa como matéria-prima sustentável através da criação de novos produtos e da adoção de novas tecnologias nos nossos negócios. Desenvolver iniciativas de produção de energia renovável apoiando a transição energética no Brasil e no mundo faz parte da nossa estratégia desde o início, afirma Raphaella Gomes, Diretora de Transição Energética e Investimentos Renováveis da Raízen. A expectativa é que os testes gerem bons resultados, abrindo um novo mercado para produtos provenientes de cana-de-açúcar e que energia gerada ajude a reduzir as emissões de carbono através da substituição do carvão na matriz energética global.