Na última semana, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) pontuou que, apesar de o cenário impor desafios devido à covid-19, não há expectativas para a falta de alimentos. No cultivo de amendoim a possibilidade é ainda mais remota. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção prevista para este ano é de 516,5 mil toneladas, o que representa um crescimento de 22,3% em comparação à safra anterior. Situação que a unidade de beneficiamento Terranuts, em Dumont (SP), enxerga como uma oportunidade.
Alex Bustos, coordenador de qualidade na empresa, conta que este é o melhor ano desde a fundação da companhia, em 1999. “Para melhorar cada vez mais os indicadores internos, fazemos um trabalho de campo para orientar os produtores quanto ao melhor momento para cultivo e colheita, além de darmos dicas para o manejo mais assertivo da cultura. Temos um time altamente empenhado e isso, aliado a investimentos realizados nos últimos anos, faz toda diferença para nosso sucesso nesta safra.”
Com o novo coronavírus, a empresa segue em funcionamento, mas atenta ao que é necessário para prevenir e assegurar a saúde dos colaboradores. “Estamos realizando diversas ações para garantir a integridade física de todos nesse período de pandemia, tais como: orientações de prevenção feitas diariamente; fornecimento de álcool em gel em todos os setores e de máscaras de proteção; a redução do fluxo de pessoas; entre outras ações alinhadas às recomendações do Ministério da Saúde”, pontua Bustos, que enxerga na atualidade a chance de estabelecer ainda mais o amendoim na dieta dos brasileiros.
“Toda crise traz oportunidades e, nesse momento, podemos consolidar o amendoim como um alimento altamente saudável, rico em proteínas e mais acessível, quando comparado a outras fontes proteicas. É a ocasião de a indústria do segmento inovar, buscar novas formas de levar o produto às mesas das famílias e tornar o grão ainda mais presente no dia a dia das pessoas”, defende.
A unidade de beneficiamento processa por dia aproximadamente 200 toneladas de amendoim, que tem como destino clientes da Rússia, do México, da África do Sul, e, principalmente, do mercado interno. Desse total, cerca de 80% fica no país e é destinado para a indústria alimentícia. Além disso, os rejeitos do produto, como cascas e amendoins fora do padrão aprovado pelo MAPA são reaproveitados para a forragem de granjas de avicultura e também pela indústria de óleo. Outro uso mais recente é geração de energia limpa com a biomassa do grão, que possui um poder calorífico mais expressivo do que o gerado pela cana-de-açúcar, por exemplo.
“Diante de todas as possibilidades de atuação e da força do cultivo do amendoim no Brasil, é importante ressaltar que, apesar de sofrermos impactos com a crise que já se instalou no país e no mundo, há um vislumbre muito bem embasado de que, ao final, sairemos fortalecidos”, acredita.