O estado de São Paulo produziu 11.957 GWh para o Sistema Interligado Nacional (SIN), na safra 2020/2021, a partir apenas das usinas termelétricas no setor sucroenergético. O volume é 2,1% superior ao registrado na safra anterior, permitindo que o estado amplie sua liderança no ranking de geração de bioeletricidade para o SIN, chegando à participação de 54,4% da geração total.
"A bioeletricidade do setor sucroenergético é produzida a partir de subprodutos e resíduos da fabricação de açúcar e etanol, tratando-se de uma fonte de energia carbono neutro. Atualmente, aproveitamos apensas 15% do potencial que a agroindústria possui, o que significa que temos disponível no Brasil uma fonte de energia renovável e sustentável capaz de apoiar o desenvolvimento socioeconômico do país", analisa Zilmar Souza, gerente em bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).
Minas Gerais ocupou a segunda posição no ranking, com 3.205 GWh de bioeletricidade sucroenergética, representando 14,6% do total produzido na safra 2020/2021, sem variação em relação à safra anterior.
A terceira posição ficou com Goiás, gerando 2.826 GWh de bioeletricidade sucroenergética na safra 2020/2021 (12,9% do total da safra), com uma queda de 8,4% em relação à 2019/2020; seguido por Mato Grosso do Sul, com 2.227 GWh (10,1% do total de 2020/2021), com uma variação negativa de 9% em relação ao ano-safra anterior.
Paraná e do Mato Grosso fecham o ranking dos seis estados mais representativos na geração de bioeletricidade para a rede, produzindo 759 GWh e 249 GWh, respectivamente, correspondendo a 3,5% e a 1,1% da bioeletricidade para o SIN na safra 2020/2021 (redução no volume de 14,7% e 1,6%, respectivamente, em relação à 2019/2020).
A produção total de bioeletricidade desses seis estados foi de 21.223 GWh, representando 96,5% de toda a bioeletricidade ofertada para o SIN na safra 2020/2021, com a maior parte concentrada justamente no período seco do setor elétrico brasileiro.
"A geração de 21,2 mil GWh na safra 2020/21 foi equivalente a poupar 15% da energia capaz de ser armazenada, sob a forma de água, nos reservatórios das hidrelétricas no submercado Sudeste/Centro-Oeste, por conta da maior previsibilidade e disponibilidade da bioeletricidade no período seco e crítico para o setor elétrico", analisa Souza.
Novo painel de bioeletricidade
As informações de geração de bioeletricidade referentes à safra 2020/2021 estão disponíveis no Observatório da Cana, em painel inédito e interativo, com dados consolidados pela UNICA com base em informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
"Disponibilizamos no painel números que retroagem até a safra 2012/2013, com atualizações regulares. Trata-se de um conteúdo importante para quem acompanha tanto o setor sucroenergético quanto o setor elétrico brasileiro", comenta Luciano Rodrigues, gerente de Economia e Análise Setorial da UNICA.
O painel apresenta relatórios de bioeletricidade por estado, incluindo a evolução da quantidade de usinas termelétricas em operação, considerando tanto o ano safra quanto o ano civil. Informações sobre as demais fontes de geração na matriz elétrica também são apresentadas, além do consumo de energia elétrica no país.