Alta profissionalização nas empresas de multiplicação de sementes fortalece elo entre produtor rural e biotecnologia . Foto: Divulgação
16/03/2022
O agricultor pode contar com a qualidade e confiabilidade das sementes certificadas no planejamento de uma nova supersafra de soja. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), no momento em que a colheita avança e vai se consolidando nos Estados brasileiros, aumenta também a escolha de cultivares e compras antecipadas do insumo que é a base da produtividade nas lavouras.
A entidade destaca que apesar de intempéries climáticas registradas neste ciclo, com ênfase à estiagem no Sul do país e excesso de chuvas no Cerrado no período da colheita, o setor está aparelhado para seguir ofertando leque de opções avançadas em biotecnologia, qualidade e vigor à semeadura.
“Notamos em algumas regiões, quebras pontuais de algumas cultivares, sobretudo as de ciclo mais precoce, o que não impede o acesso do produtor a outras opções e o atendimento a contento ao sojicultor. Estamos falando de uma indústria a céu aberto, sujeita às influências climáticas. Ao mesmo tempo, a alta profissionalização percebida nas empresas de multiplicação de sementes nos últimos anos mantém o elo de confiança entre o produtor rural, o melhoramento genético e a biotecnologia”, afirma André Schwening, vice-presidente da ABRASS.
Nessa relação de confiança estabelecida entre fornecedor e cliente, sementeiras e sojicultores, este período do ano leva o agricultor a uma dedicação especial à escolha criteriosa de cultivares. “O agricultor tem feito esse planejamento antecipado de forma muito visível e, dentro da atual conjuntura, é uma estratégia ainda mais válida. As indústrias de sementes veem isso com bons olhos, inclusive, porque conseguem produzir com mais assertividade os materiais que de fato são desejados pelos clientes”, pontua Schwening.
Procedência - O representante da ABRASS lembra que semente certificada é garantia de procedência, mitigando riscos sanitários e fortalecendo a segurança alimentar. Na contramão desses benefícios, a estimativa é que em algumas regiões do país o uso de sementes não certificadas chega a 30%.
“É importante deixar claro que nós, multiplicadores de sementes, não somos contra a semente salva, que é uma garantia legal e uma faculdade que o produtor tem de produzir sua própria semente. O problema é que em vários casos e regiões essa lei é transgredida e há agricultores que usam desse subterfúgio pra comercializar sementes não certificadas, o que é proibido pela legislação. Ressalta-se que essas sementes não pagam royalties de germoplasma, não remunerando assim o melhoramento genético, talvez o principal fator de incremento de produtividade nos últimos anos. O que nós seguiremos fazendo é dialogar com transparência com toda a cadeia produtiva sobre essa problemática”.