Modelo agrícola sustentável, o Sistema Integrado para Produção de Alimentos (Sisteminha Embrapa) está avançando e já alcança sete estados. Ele está mudando a vida de pequenos agricultores, com melhoria da alimentação e renda familiar, no Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Tocantins. O sistema atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao continente africano, onde opera com sucesso em Gana, Uganda, Etiópia, Camarões, Tanzânia, Angola e Moçambique.
O sisteminha consiste em um tanque de piscicultura, construído artesanalmente, galinheiro, minhocário, hidroponia, abrigo para compostagem, além de uma horta periférica. O tanque de piscicultura tem capacidade para 5000 litros, e funciona com um sistema de recirculação de água. Pelo projeto piloto, a capacidade de produção é de 25 quilos de tilápia em 3 ciclos por ano.
Os peixes podem pesar de 150 a 200 gramas ao final de cada ciclo. Todo o sistema reutiliza a água do tanque de piscicultura, o que reduz os custos de produção e aumenta a oferta de alimentos. O sistema é montado em lotes de 100 a 1000 metros quadrados, na periferia das cidades ou zonas rurais.
Criado em 2002 pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme quando ele fazia doutorado na Universidade Federal de Uberlândia, o sistema foi aprimorado pela Embrapa Meio-Norte na Unidade de Execução de Pesquisa no município de Parnaíba, a 348 quilômetros ao norte de Teresina. O Sisteminha ganhou vida mesmo foi no Projeto Arco Verde, do governo federal, no município de Amarante, no Oeste do Maranhão, a 835 quilômetros de São Luís.
Os primeiros beneficiados foram os índios das aldeias Nova Gavião e Juçaral Guajajara. Aprovado nas aldeias, o sistema ganhou o mundo. No Piauí, uma unidade demonstrativa no assentamento Cajueiro, no Distrito de Irrigação Tabuleiros Litôraneos, na zona rural do município de Parnaíba é a vitrine.