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19/12/2019
A Nucoffee, plataforma de negócios da Syngenta para a cadeia do café, integra de forma inédita no Brasil a tecnologia de blockchain ao seu sistema de rastreabilidade. Em parceria com a startup Arabyka, especialista no segmento, a empresa iniciou uma prova de conceito para rastrear lotes completos de café para exportação. A iniciativa permite que o torrefador tenha acesso a todas as informações da fase de produção na fazenda, garantindo a continuidade da operação, que passa pelo processamento na indústria e distribuição, até chegar ao consumidor final.
A expectativa é exportar os primeiros lotes, já com o QrCode gerado pelo blockchain, na segunda quinzena de dezembro. A operação incluirá ao menos dez lotes de seis produtores da plataforma Nucoffee. Os grãos utilizados serão os de cafés com alta pontuação, produzidos de com um processamento inovador da Syngenta, que utiliza a fermentação controlada dos frutos para intensificar o aroma da bebida.
“Ainda em 2019 exportaremos 72 sacas de café. A proposta é criar um código no sistema blockchain para cada lote Nucoffee rastreado”, esclarece Juan Gimenes, gerente de Marketing da Nucoffee. Segundo o executivo, essa é somente a primeira fase da utilização da tecnologia. “A proposta, a médio prazo, é implementar a validação em todos os elos da cadeia”, completa.
Para Gimenes, o mercado deve responder com boa demanda pelo novo modelo, pois além de trazer mais segurança, possibilita que cada elo customize sua própria informação a partir da base recebida. Também é importante destacar que não é possível alterar os dados das etapas anteriores, garantindo a fidelidade da informação e a demonstração do que cada participante agrega na cadeia de produção.
Por isso, afirma o executivo, “com a utilização do blockchain, a rastreabilidade do café se torna muito mais confiável e eficiente, porque cada lote rastreado passa a ter uma identidade única, atualizada em cada fase da cadeia, garantindo a integração das informações de forma segura e transparente”.
“Rastrear significa registrar todas as etapas pelas quais passa o produto, desde o talhão até o consumidor final, gerando um ganho enorme na eficiência operacional, atestando a segurança alimentar e trazendo confiabilidade ao consumidor. Além disso, garante a origem geográfica, padroniza a qualidade da produção e atende aos pontos de controle das certificações. O blockchain deixa todo o processo mais seguro e eficiente, ao dividir a responsabilidade da informação com cada elo da cadeia, facilitando o acesso aos mercados mais exigentes”, explica.
Tendência
Consideradas megatendências da agricultura para as próximas décadas, conforme o relatório desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial, em colaboração com a McKinsey & Company, a rastreabilidade de alimentos e a tecnologia blockchain estão entre as “12 transformações” que podem gerar impactos significativos nos sistemas alimentares até 2030.
A tecnologia blockchain permite a imutabilidade, a descentralização e a transparência das informações, características fundamentais para a garantia de segurança alimentar. Também é fundamental para estabelecer as práticas conhecidas como due dilligence – protocolos de compliance da produção agropecuária, nas áreas ambiental e trabalhista, cada vez mais necessários para acessar mercados internacionais.
Essas tendências são reiteradas pelo estudo Visão 2030 – O Futuro da Agricultura Brasileira. Feita pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a pesquisa elenca o protagonismo dos consumidores no uso das tecnologias da informação e comunicação, bem como o empoderamento individual. “Os consumidores das novas gerações querem saber como são produzidos os alimentos que estão consumindo e a tecnologia blockchain permite uma transparência maior neste sentido”, ressalta George Hiraiwa, CEO da Arabyka.
Fonte: Syngenta