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27/09/2021
A Taranis, agritech israelense especializada em agricultura de precisão e que utiliza sistemas de inteligência artificial e imageamento aéreo com resolução submilimétrica para diagnosticar pragas, doenças e outras ameaças às plantações em seus estágios de desenvolvimento mais críticos, pretende atingir a marca de mais de 200 mil hectares de plantações monitoradas no segundo semestre deste ano no Brasil.
Parte do portfólio da Mindset Ventures, gestora brasileira de venture capital que investe exclusivamente em startups americanas e Israelenses e as conecta com uma base sofisticada de investidores brasileiros, a Taranis entrou no mercado brasileiro justamente por intermédio da Mindset Ventures. Atuando no País desde 2017, a empresa deve fechar o ano com um total de até 300 mil hectares monitorados, o dobro da área atendida no ano passado.
Daniel Ibri, sócio e CIO da da Mindset Ventures, explica que nem todas as empresas investidas precisam trazer sua operação para o mercado local. Contudo, as startups que visam essa movimentação agregam ainda mais valor para o investimento. O Brasil, inclusive, se tornou o principal mercado de algumas startups trazidas para cá.
"Não deixamos de investir em empresas que não têm intenção de expandir seus negócios para o Brasil, esse não é um fator excludente. Entretanto, quando há sinergia e esse já é um objetivo da companhia, colocamos à disposição todo o nosso time para que a penetração no mercado brasileiro ocorra de forma mais rápida e eficiente possível", explica o executivo.
Até o momento, a gestora já auxiliou na vinda de aproximadamente 10 startups dos segmentos de segurança cibernética, saúde, financeiro, agronegócios e software corporativo para o Brasil e está em negociação para que diversas outras também passem a oferecer seus serviços no mercado local, inclusive no setor de agronegócios. O suporte para que essas empresas passem a atuar no País acontece desde a etapa burocrática, com a estruturação de CNPJ, até a contratação de time local e contatos com possíveis clientes e investidores estratégicos.
De todos os tipos de startups em que a gestora investe, as agritechs estão entre as que mais se atraem pela expansão para o mercado brasileiro, ressalta Ibri. "O agro é o setor mais fácil de ‘vender’ no exterior. O potencial desse mercado aqui no Brasil é mundialmente conhecido e quando levantamos a possibilidade de a empresa investida vir para cá, dificilmente há questionamento quanto a expansão ser ou não um bom negócio", diz.
Dois dos principais indicadores que motivaram o investimento da Mindset Ventures na Taranis foram a tecnologia proprietária desenvolvida pela empresa e o enorme potencial de mercado para digitalização do campo e controle de pragas. "Atualmente, a Taranis atende alguns dos maiores produtores agrícolas do País e está em negociação com cerca de 30 dos principais grupos do setor de cana-de-açúcar para validação de produto voltado a este tipo de plantação. A expectativa é que, em 2022, alcance entre 500 mil e 800 mil hectares monitorados", diz.
A gestora auxiliou a empresa israelense a fixar seu primeiro escritório no Brasil, desde a compreensão da burocracia para a abertura de um CNPJ para estar de acordo com a legislação até a contratação de equipe local, que hoje conta com mais de 10 profissionais e deve atingir a marca de 20 no primeiro trimestre do ano que vem.
Ibri destaca que a adequação à legislação local, as diferenças culturais e a barreira linguística figuram entre os principais desafios superados na expansão dos negócios para o Brasil. "Essa etapa pôde ser vencida com a contratação de prestadores de serviço especializados, como advogados e contadores". Quanto às diferenças culturais, os israelenses são mais diretos e literais, segundo o executivo, enquanto os brasileiros, em geral, têm dificuldade em mostrar desaprovação imediatamente, o que pode tornar o ritmo de negociação mais lento.
"Ajudar a trazer a Taranis para o Brasil foi uma oportunidade de aprendizado. Essa experiência contribuiu para aprendermos a ponderar de forma correta os esforços de auxílio à expansão das empresas do nosso portfólio. Entendemos ser crucial que empresas que migram para o Brasil tenham um parceiro local que auxilie nas negociações e que consiga navegar pelo universo burocrático brasileiro", destaca.
Monitoramento por meio de drones, aviões e satélites
A Taranis atua por meio de imageamento de satélites e de um sistema proprietário de câmera acoplado a drones e aviões. Enquanto os satélites rastreiam espectros de luz invisíveis que indicam macrorregiões da plantação que apresentam algum tipo de deficiência de nutrição, doenças e outros problemas similares, os aviões e drones atuam de forma complementar, identificando com maior precisão as ameaças contra a plantação, inclusive caracterizando determinadas espécies de inseto cuja infestação pode devastar largas áreas se não for contida em estágio inicial. As imagens com qualidade milimétrica são, por fim, processadas através de um software proprietário de inteligência artificial, identificando de forma muito mais rápida e confiável cada ameaça presente na plantação.
Atualmente, a agritech monitora plantações de soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Esta última cultura começou a ser atendida recentemente. Trata-se de uma solução inovadora, que se converteu em um grande diferencial frente às concorrentes. São poucas as empresas deste segmento que conseguem atender a este tipo de plantação em função da densidade das folhas, característica da espécie que dificulta o diagnóstico por imagem.
Fonte: Assessoria de Imprensa Mindset Ventures - SEVEN PR
Fonte: Assessoria de Imprensa Mindset Ventures - SEVEN PR