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05/04/2022
A Tripanossomose bovina é uma doença parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma vivax, originário da África, e que tem sido cada vez mais relatado no Brasil. O protozoário é transmitido de um animal contaminado para um animal sadio através da picada de moscas hematófagas, como é o caso da mutuca (Tabanídeos), da “mosca dos chifres” (Haematobia irritans) e da “mosca dos estábulos” (Stomoxyscalcitrans), podendo ocorrer também através da utilização de agulhas para múltiplos animais durante a aplicação de medicamentos, como a ocitocina para facilitar a ordenha, ou vacinas.
A doença está se tornando endêmica no país, com casos sendo relatados tanto no gado de leite quanto no gado de corte, podendo se manifestar de forma clínica (aguda), subclínica ou crônica.
Os bovinos infectados que possuem alta parasitemia apresentam sintomas característicos da fase clínica (aguda) da doença como depressão (tristeza), intensa anemia, febre intermitente, redução do apetite e de peso, diminuição na produção leiteira, linfonodos aumentados, abortos, incoordenação motora, elevação das frequências cardíacas e respiratórias, salivação excessiva, e podem evoluir para óbito.
Por outro lado, os animais com uma baixa infestação parasitária podem manifestar apenas a forma subclínica da doença, que tem desenvolvimento progressivo e muitas vezes passa despercebida ao produtor rural. Nesse tipo de manifestação os sinais clínicos são pouco específicos. Pode haver febre intermitente, anemia, redução no apetite com consequente perda de peso e de produção leiteira, queda nos índices reprodutivos (anestro, baixa fertilidade ou infertilidade, perdas de prenhezes, partos prematuros, retenção de placenta, nascimento de crias fracas e que morrem a seguir). Além disso, a tripanossomose reduz a imunidade natural à outras enfermidades e pode ocorrer aumento dos casos de mastites e da CCS no tanque, aumento nos casos de infecções dos pés e cascos, dentre outros problemas sanitários.
“Problemas reprodutivos recorrentes como anestro prolongado, bezerros natimortos ou muito fracos e doentes, elevação do número de abortos na propriedade, epididimite e inflamações nos testículos nos touros podem estar relacionados à infecção por Trypanosoma vivax”, explica Marcos Malacco, médico veterinário gerente de serviços veterinários para bovinos da Ceva Saúde Animal.
Surtos da Tripanossomose costumam aparecer após a introdução de novos animais com infecção subclínica no rebanho. “Alguns animais na fase subclínica da doença são totalmente assintomáticos, o que representa um risco importante para o rebanho e para o produtor uma vez que eles são portadores do protozoário. Quando estes animais são comercializados e inseridos em novos plantéis, eles podem desencadear novas infestações parasitárias culminando em surtos e graves prejuízos ao rebanho”, acrescenta Malacco.
Os prejuízos causados pela Tripanossomose bovina vão além dos custos com tratamento e mão de obra, da ineficiência reprodutiva do rebanho ou da perda de animais. Na cadeia leiteira, calcula-se que ocorre uma redução média de cerca de 27% na produção de leite por animal, enquanto a relevante perda de peso é prejuízo importante para o produtor de corte, que permanece com os animais em período de engorda por mais tempo. Em ambas as explorações, leite ou corte, os prejuízos relacionados a baixa performance reprodutiva e aumento de comorbidades são fatores importantes.
O diagnóstico da doença é realizado através de exames de sangue, citologia aspirativa de linfonodos, PCR e sorologias. Já a prevenção e o controle da Tripanossomose bovina podem ser feitos com o monitoramento frequente do rebanho e elaboração de programas onde são introduzidos tratamentos preventivos com medicamento apropriado. É importante ter um bom controle e/ou eliminação dos vetores (moscas hematófagas) do ambiente, cuidados como materiais de uso coletivo nos animais como seringas, agulhas, bisturis, canivetes, e evitar a introdução de animais novos ao rebanho sem testes prévios para a doença. “A atenção deve ser constante e não devemos esquecer que animais da fauna silvestre, como os cervos por exemplo, são reservatórios do parasito”, finaliza Malacco.
No Brasil, apenas uma medicação formulada à base de cloridrato de isometamidium (Vivedium®) é autorizada pelo MAPA e é reconhecida internacionalmente para o tratamento e prevenção da Tripanossomose bovina no rebanho. Desenvolvido pela Ceva Saúde Animal, o Vivedium® elimina o protozoário Trypanosoma vivax e atua como agente preventivo por um período de 8 a 16 semanas, protegendo o rebanho de reinfecções que possam ser causadas por animais assintomáticos. Vivedium® tem período de carência de 46 dias para o abate, e zero carência para o leite.
Para completa ação preventiva é recomendada a reaplicação da medicação em todo o rebanho em intervalos de 3 meses durante o primeiro ano de controle. A partir daí, as aplicações podem ser reduzidas para 2 ou 3 vezes ao ano, de acordo com a epidemiologia local ou especificação do médico veterinário responsável pela propriedade.
Fonte: Assessoria de Imprensa Ceva Saúde Animal - Assis Comunicação