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26/10/2020
*Por Daniel Pedroso, Especialista Agronômico Netafim
Atualmente a região do nordeste brasileiro conta com mais de 931 mil hectares de cana-de-açúcar, sendo que destes, aproximadamente 80% são irrigados pelos mais variados métodos encontrados no mercado.
Dentre os métodos utilizados, a irrigação localizada por gotejamento vem se destacando, não somente pelo aumento expressivo de produtividade que alcança, mas também pela possibilidade de se fazer a nutrição das plantas através de um novo conceito, a nutrirrigação.
A nutrirrigação pode ser caracterizada por uma metodologia de nutrição em que se disponibiliza o nutriente que a planta necessita em seu momento fisiológico correto, junto com a água da irrigação.
No entanto, a zona canavieira nordestina está concentrada na região denominada Zona da Mata, onde as características edafoclimáticas são caracterizadas por altos volumes pluviométricos concentrados entre os meses de maio a agosto, sendo o pico das chuvas entre os meses de junho a julho, podendo alcançar acúmulos de 500 mm por mês e solos de textura arenosas, com baixa capacidade de troca catiônica (CTC) e baixa capacidade de água disponível (CAD). Além disso, as áreas de gotejamento são colhidas em final de safra, que vai de fevereiro a março, ou seja, muito próximo ao início do período chuvoso.
Devido a essas características, a adubação dessas áreas sempre foi um desafio para os técnicos e agrônomos das usinas da região, pois os índices de lixiviação, ou seja, a retirada dos nutrientes da zona de ação do sistema radicular, são altos.
Para suprir esse desafio, comumente as usinas realizam um pacote nutricional misto, ou seja, 50-60% da necessidade nutricional da planta aplicado mecanicamente antes do início das chuvas (em março) e o seu complemento via fertirrigação após o período chuvoso (agosto).
No entanto, nunca houve nenhum trabalho científico que comprovasse que esse pacote nutricional era mesmo o ideal. Com o intuito de conhecer o melhor manejo nutricional para a cana-de-açúcar, através do sistema de irrigação por gotejamento, a Netafim em parceria com a Usina Japungu e a Universidade Federal Rural de Pernambuco, desenvolveu um experimento para estudar o melhor manejo nutricional para canaviais irrigados por gotejamento.
Após 5 anos de dados colhidos, podemos concluir que o melhor parcelamento da adubação, com o uso da nutrirrigação no período chuvoso, aumentou a produtividade em 30 ton/ha, quando relacionada a testemunha (mix de adubação mineral / fertirrigação), e que a maior concentração nutricional aplicada após o período chuvoso, ou seja, no retorno do crescimento da cultura, levou aos melhores resultados.
Com a existência desses dados podemos relatar que o manejo nutricional utilizado na região nordeste pode ser atualizado para uma nova tecnologia que possibilita aumento dos rendimentos agrícolas já encontrados e a Netafim, está à disposição para ofertar sempre as melhores soluções para a região.
Tabela 01. Resultados de produtividade, expresso em toneladas de cana/hectares entre os tratamentos.
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim - Alfapress