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17/07/2020
As quatro unidades da Usina Coruripe em Minas Gerais registraram forte ritmo de produção de açúcar entre abril e junho deste ano (primeiro trimestre da safra 2020/2021). No período, a moagem acumulada de cana-de-açúcar foi 4,6% superior ao que havia sido orçado: foram processadas cerca de 4,64 milhões de toneladas enquanto o volume previsto era de 4,43 milhões de toneladas. Com eficiência industrial de 88,44% na safra atual, a empresa teve produção de açúcar equivalente (AE) 9,6% maior que o resultado no mesmo período da safra 2019/2020.
A receita líquida consolidada, de abril a junho de 2020, foi de R$ 486,4 milhões: 39,6% maior que o previsto. Em relação ao mesmo período da safra passada, houve um crescimento de 26%. O resultado foi motivado principalmente pelo aumento significativo do volume de vendas de açúcar VHP e leve aumento do tipo cristal. “A melhora na qualidade da matéria-prima e na eficiência industrial impactou positivamente nossa produção”, afirma o presidente da Usina Coruripe, Mario Lorencatto.
Nos três primeiros meses da safra 20/21, o lucro operacional da empresa foi de R$ 91,2 milhões com margem de 18,8%, enquanto o orçado era de R$ 15,7 milhões com margem de 4,5% (no mesmo período da safra anterior, foi de R$ 17 milhões, com margem de 4,4%). O resultado de lucro operacional foi impulsionado pelo aumento das vendas e, principalmente, pelos preços líquidos realizados bem superiores ao orçamento e aos obtidos na safra anterior.
Já o Ebitda ajustado acumulado no primeiro trimestre da safra atual foi de R$ 161,4 milhões com margem de 33,2% sobre a receita líquida. Em relação ao orçamento para o mesmo período, o desempenho e a margem foram bem superiores: o orçamento indicava R$ 104,6 milhões com margem de 30%. No mesmo período da safra 19/20, o Ebitda ajustado foi de R$ 128,5 milhões com margem de 33,3% sobre a receita líquida.
De acordo com o diretor financeiro da Coruripe, Thierry Soret, o Ebitda se apresenta numa escalada de crescimento no trimestre, sempre acima do orçamento e ganhando margem mais robusta à medida que as vendas vão ocorrendo, reflexo principalmente da melhora nos preços de vendas e alinhamento dos custos. “O Ebitda crescente e acima do previsto no orçamento está alinhado com a expectativa da companhia e deve ganhar robustez no segundo trimestre, com a diluição dos custos pelo aumento do rendimento de produção decorrente do aumento do ATR (açúcar total recuperável) da cana e sem os impactos dos custos maiores de início de safra e a fixação dos preços de comercialização em níveis favoráveis de praticamente todo o açúcar a ser produzido pela Coruripe nesta safra”, analisa.
Auditoria externa aponta melhora no lucro e Ebitda
No balanço da safra 2019/2020, publicado nesta semana, os auditores da Ernst & Young destacaram o recorde histórico de moagem (14,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar), 3,25% acima do último recorde registrado na safra 2016/2017 e 12% acima da safra anterior (2018/2019). Houve recorde histórico também no lucro operacional (R$ 524 milhões), faturamento líquido robusto (R$ 2,33 bilhões) e 41,6% de margem Ebitda ajustado (R$ 967,9 milhões). A companhia encerrou a safra com lucro líquido positivo (R$ 92,4 milhões), revertendo os impactos da variação cambial.
Os auditores independentes também ressaltaram a importância da definição, em maio deste ano, de um novo cronograma de vencimento da dívida de aproximadamente R$ 1,7 bilhão. “A companhia obteve sucesso com a aprovação junto a oito bancos sindicalizados", avaliou, em nota, a EY. Segundo a auditoria, “a renegociação foi estratégica e contribuiu significativamente para a adequação da estrutura de capital da companhia, gerando solidez nos fluxos de caixa para fazer frente às atividades operacionais da companhia e reforçar o bom histórico reconhecido pelo mercado de honrar compromissos assumidos com fornecedores, tradings, fundos de investimento, parceiros de negócios, investidores, instituições financeiras e credores em geral”.
Para suportar o alongamento do fluxo de pagamento para cinco anos, a companhia fez um reforço de garantia real de alienação fiduciária de uma parte das terras do grupo, somando-se às garantias anteriores. Em contrapartida, a empresa obteve um bônus de adimplemento, reduzindo a taxa média de juros sobre a dívida alongada, tanto em reais quanto da parcela em dólar, resultando uma economia de juros bastante consistente.
Segundo Mario Lorencatto, os resultados positivos foram obtidos a partir do aumento dos investimentos da Usina Coruripe na renovação e expansão de seus canaviais, na modernização tecnológica e aquisição de novas máquinas. Ele destaca que os bons números alcançados na safra 2019/2020 e no primeiro trimestre da safra atual confirmam o fortalecimento operacional da companhia e seu potencial no setor sucroenergético. “Nossa meta é atingir novo recorde na safra 2020/2021, com a ampliação da moagem em 2,9%, alcançando 15,05 milhões de toneladas de cana, seguida de níveis ainda maiores de eficiência e rentabilidade", prevê. O faturamento deve registrar um aumento de 5,4% (R$ 2,59 bilhões) e o Ebitda ficará acima da marca de R$ 1 bilhão, em função da implementação de várias ações para a melhoria da produtividade e redução de custos. A Coruripe está entre as empresas do setor melhores posicionadas frente ao cenário adverso resultante da Covid-19 e as quedas no consumo e preço do etanol.
Fonte: Interface Comunicação Empresarial