A Copersucar, empresa líder mundial em comercialização de açúcar e etanol, concluiu a certificação de todas as suas 34 usinas associadas no programa RenovaBio. No total, as unidades podem gerar até 6 milhões de Créditos de Descarbonização (CBios) por ano, que já são escriturados pelo Banco Santander e estão disponíveis para comercialização no mercado financeiro.
Usinas Sócias - Vista aérea de uma das usinas associadas da Copersucar
mostra a integração com o meio ambiente (Foto: Na Lata)
Para Monica Jaén, gerente de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Copersucar, os CBios não se destinam apenas para as distribuidoras, mas para outras empresas, sendo uma opção de baixo custo e alta confiabilidade para quem pretende complementar a neutralização das suas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Enquanto no mercado da Califórnia, o crédito de carbono semelhante já foi ofertado por US﹩ 219,00 (em fevereiro de 2020), aqui no Brasil, hoje, o valor de um CBio gira em torno de 3 dólares a unidade, de R﹩15,00 a R﹩ 20,00.
"Em muitos casos, as empresas já realizaram todas as ações para reduzir a emissão de CO2 na sua produção ou prestação de serviço. Nestes casos, a compra de créditos de carbono pode ser uma boa alternativa de compensação para se tornar carbono zero e contribuir com a diminuição do aquecimento global. Ao produzir o etanol, nossas usinas tem potencial para neutralizar mais 6 milhões de toneladas de CO2, na comparação com a produção e uso do combustível fóssil", comenta a executiva. De acordo com dados da B3, até a última segunda feira (6), quase 80% dos créditos comercializados foram obtidos por investidores que não possuem compromissos obrigatórios a realizar.
A última usina da Copersucar certificada - a São Francisco (Sertãozinho-SP) - obteve a melhor nota (71,6) em etanol hidratado de Eficiência Energética-Ambiental do Programa, entre os 220 produtores de etanol certificados, o que lhe garante maior potencial para escriturar CBios.
O processo de certificação - o desempenho ambiental das usinas participantes da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) é medido pela RenovaCalc, uma calculadora que afere o desempenho da usina, mensurando a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) - que são os impactos ambientais causados na produção do combustível - e sua Intensidade de Carbono (IC), que resultam na Nota de Eficiência Energético-Ambiental, a qual dá acesso aos Créditos de Descarbonização (CBios) - papéis negociáveis na bolsa de valores.
A análise considera todos os efeitos ambientais dos processos agrícolas à fase industrial, passando por dezenas de métodos adotados na produção, como consumo de diesel, área queimada, recolhimento de resíduos agrícolas, uso de enzimas e cogeração de energia elétrica. E para conseguir boas notas no Programa e gerar mais CBios é necessário que cada usina invista em boas práticas de produção e tecnologias mais eficientes para ampliar a produtividade e reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
A confiabilidade é outra marca do Programa. A planilha de medições é auditada por uma certificadora registrada na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e a nota do fabricante é multiplicada por sua produção anual.
Com o objetivo auxiliar o produtor a conquistar notas mais altas no programa, a Copersucar executou um plano estruturado de capacitação das usinas sócias e das transportadoras. "A empresa nos ajudou desde o começo, realizando diversos encontros para entender a calculadora. Hoje, conseguimos mensurar toda a nossa pegada de carbono e viabilizar a consolidação de nossos indicadores ambientais", explica o gerente de Recursos Humanos, Meio Ambiente e Qualidade da Usina Ferrari (Porto Ferreira-SP), Claudemir Fogues.
Há cerca de dois anos, a Copersucar definiu suas linhas estratégicas de sustentabilidade, estabelecendo metas para fortalecer a sua capacidade de realizar os seus negócios ao mesmo tempo que contribui para o desenvolvimento sustentável. Dentre os temas avaliados periodicamente pela Copersucar estão a ampliação da utilização de etanol e a redução das emissões de GEE. Comparando o ano de 2019 ao anterior verificou-se uma redução de 39% nas emissões diretas da Copersucar. "E não se trata apenas de reduzir emissões de GEE, mas de proteger os recursos naturais e a biodiversidade e também de levar sua visão e comprometimento com a ética à sua cadeia de valor", conclui Mônica.